Denúncia de escravidão no Grupo GEP

Os argumentos utilizados por Nelson Volpato, diretor executivo do Grupo GEP, durante audiência na Assembleia, na semana passada, para explicar denúncias de escravidão, não convenceram o deputado Carlos Bezerra Jr. (PSDB). Para ele, as alegações do representante das marcas Luigi Bertolli e Emme sobre a denúncia de escravidão são incoerentes.
Em março, fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) encontrou 28 bolivianos trabalhando em condição análoga a de escravidão em oficina de costura clandestina no Belenzinho, zona Leste da capital paulistana. Os imigrantes produziam roupas para as grifes Luigi Bertolli e Emme. Desde então, a diretoria da empresa vem afirmando desconhecer o fato.
"O senhor me parece confuso. Ou sua empresa controla a qualidade dos seus produtos, como diz a nota que os senhores divulgaram à imprensa, e sabia do crime, ou não controla a qualidade da produção e desconhecia a exploração " hipótese que considero remota. Com qual versão eu devo ficar? Porque as duas se anulam", afirmou o deputado Carlos Bezerra Jr, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e responsável pela convocação da empresa.
Volpato culpou seus fornecedores pelo caso de escravidão " mesma resposta utilizada pela Zara e pela Racional Engenharia quando convocadas pela comissão por denúncia de escravidão. "A empresa que contratamos nos traiu. Nós não tínhamos conhecimento do caso", justificou-se. Ao ser questionado se já tinha ouvido falar sobre trabalho escravo em confecções de costura, o executivo foi reticente. "Já ouvi falar de alguns casos", disse.
As explicações não convenceram Bezerra Jr. "Acho difícil uma empresa desse porte desconhecer o que acontece no processo de produção de suas roupas. Porém, nem mesmo isso os exime juridicamente da responsabilidade. Porque quem fica com os lucros é a sua empresa. Seus argumentos não convencem. O lamentável é saber que isso ocorre e que tem muita gente ganhando dinheiro com isso", rebateu Bezerra.
Durante a audiência, foi mencionada a nova lei paulista contra o trabalho escravo, que cassa o registro de ICMS de empresas que se beneficiam de escravidão. Em entrevista concedida à imprensa, Bezerra Jr. explicou a importância da legislação e afirmou que a regulamentação está sendo finalizada. "Essa lei é apresentada como referência mundial pela Organização das Nações Unidas, e sua regulamentação está em reta final. Com essa legislação, sem dúvida, não haverá impunidade para empresas que exploram trabalhadores como escravos", explicou.
A audiência contou com a participação dos deputados da Comissão de Direitos Humanos da Casa, de represetante do Ministério do Trabalho, o chefe do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo, Renato Bignami, de representantes das comunidades andinas e de sindicatos de trabalhadores, e jornalistas.
carlosbezerrajr@al.sp.gov.br
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