Museu de Arte - Julio Camarero


29/04/2013 12:00 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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Elis Regina<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2013/fg124293.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Julio Camarero<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2013/fg124295.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Uma relação de intimidade poética e psicanalítica percorre as telas de Julio Camarero parcimoniosamente pintadas, onde o branco ao fundo valoriza sobremaneira o delicado cromatismo que o envolve.

A perfeição técnica com a qual o artista sabe tratar a matéria é fundamental: essa perfeição se desprende espontaneamente do valor estético, este mais do que evidente. Não se fala de imagem fria, mas de perfeição inerente a uma sensibilidade inata, que nada pede ao empenho calculado, mas se vale de uma extemporaneidade que acrescenta arte à própria arte.

Em suas composições nada é tratado hermeticamente, suas visões são legíveis de imediato: a alegria, o amor ou a dor constituem tramas evidenciados pela cor. Da expressão do olhar, da boca, do movimento das mãos que não são estranhas a todo contexto pictórico, mas cuidadosamente tratadas com a finalidade de completar o significado meditadamente desejado.

Trata-se de uma pintura que encontra imediata resposta pela sensibilidade que o artista emprega ao criar a estrutura formal de suas obras figurativas e pela técnica com a qual procede para realizar a natureza das coisas.

Sua pintura põe em evidência todo o seu poder inventivo, resultado de figuras delicadamente traçadas com toques firmes e geniais. Mas além da precisão Julio Camarero procura dar uma visão interior dos personagens retratados, como em Elis Regina, obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, na qual encontramos a presença de uma completa harmonia, de serenidade e de alegria, de felicidade e de esperança na vida.



O artista

Julio Camarero, pseudônimo artístico de Julio Gabriel Camarero Thomaz, nasceu em São José do Rio Preto, SP, em 1933. Estilista de formação, designer de móveis, ilustrador, decorador e retratista, seu trabalho tem mil faces e uma única ferramenta: o desenho.

Pintor de técnica hiper-realista impecável e com grande habilidade, emprestou o seu traço à indústria da moda, sem nunca esquecer o seu lado criativo e intuitivo de grande observador, quase um fotógrafo sem máquina, apenas o traço certo e seguro. Pertence ao grupo Ponte Cultura, composto por artistas plásticos de várias nacionalidades, tendências e técnicas.

Entre outras atividades, foi diretor de arte, moda e fotografia da Editora Abril (1961 a 1965); estilista contratado pela Rhodia para desfiles no Brasil e na Europa; ilustrador e jornalista de O Estado de S. Paulo (1966 a 1968); criador de estampas para papel de parede e tecidos de decoração; idealizador da feira da moda do Ceará.

Através de viagens pela Europa, realizou pesquisas sobre tendências da moda para calçados, bolsas, estampas e confecção, além de ter desenvolvido projetos de decoração de interiores e arquitetura. Elaborou uma grande série de aquarelas ainda inéditas sobre a moda do século 20 (1996 a 2002).

A partir dos anos 1990 passou a residir em Jaboticabal, onde se dedicou à pintura e ao desenho, realizando retratos e pinturas hiper-realistas que ilustram personagens do século 20.

Possui obras em inúmeras coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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