Censura e tortura: dois lados de uma mesma moeda
14/05/2013 22:00 | Da Redação Fotos Roberto Navarro





A Comissão estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), ouviu na manhã desta terça-feira, 14/5, o relato de dois ex-presos políticos. Nádia Lúcia Nascimento, que veio de Niterói, narrou seu sofrimento nas mãos dos torturadores da Operação Bandeirantes (Oban) e do DOI-Codi. Idibal Piveta contou sobre suas prisões e atuação como advogado de presos políticos.
Nádia Lúcia Nascimento pertencia ao Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e veio do Rio de Janeiro para São Paulo com o objetivo de escapar das perseguições que aconteciam no seu estado natal. Inseriu-se na vida regular, mas colaborando com o MR-8. Descoberta, foi presa em abril de 1974 e levada para os órgãos de repressão. Na época, já passava pelo sofrimento de ter seu companheiro preso e torturado.
Na prisão também foi vítima de torturas e ameaças de estupro e teve um aborto provocado pelos maus-tratos e a aplicação de injeções pela equipe chefiada pelo capitão Ubirajara. Nádia se emocionou ao recordar esses dias de "inferno" e o esforço para preservar os companheiros que ainda estavam em liberdade.
Censura
Idibal Pivetta sempre teve atuação voltada para a organização popular e liberdade de expressão. Seu grupo de teatro União e Olho Vivo ainda hoje é referência no teatro com mensagens políticas e de organização popular.
O teatrólogo contou que para driblar a censura foi obrigado a assinar seus textos com um pseudônimo: César Vieira. Depois que os censores descobriram a artimanha passou a ter a integralidade de seus textos proibidos ou mutilados. Segundo Idibal, 732 textos foram censurados no país.
Defendeu mais de 1.200 presos políticos, muitos dos quais estudantes presos em Ibiúna durante o congresso da União Nacional de Estudantes, em 1968. Munido de uma pequena máquina de escrever portátil, que ficava no porta-malas de seu carro, ele redigia petições assim que era notificado da prisão de alguém. Imediatamente, entregava essas petições ao comando militar, na sede do DOI-Codi, enviava para Anistia Internacional e para a imprensa. Segundo ele, era uma tentativa de preservar a vida dos militantes que eram capturados pela repressão.
Pivetta, como vários advogados que atuaram a favor da preservação da vida e da dignidade dos presos políticos, era vigiado, tinha seus telefones grampeados e por várias vezes foi ameaçado e preso.
Ao encerrar seu depoimento, o teatrólogo fez uma especial referência a todos os advogados que atuaram naquele "período cinzento" e continuam atuando a favor dos direitos humanos. Ele fez críticas à manutenção de estruturas que conservam, segundo ele, ranços deste período de repressão, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Ao final da reunião da comissão, foi lida uma carta assinada por Edival Nunes Cajá, Amaro Luiz de Carvalho e Dom Helder Câmara em agradecimento à atuação de Pivetta durante a prisão de Cajá e Amaro. (PM)
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