Balanço 2013: Comissão da Verdade
07/01/2014 20:29 | Da Redação: Gabriel Cabral


Portal do governo permite busca de documentos dos anos de chumbo
"Revelar a verdade de um período obscuro da nossa história é também uma exigência da sociedade", disse o presidente Samuel Moreira (PSDB) durante a inauguração do acervo Arquivo Público do Estado de São Paulo disponibilizado para consulta eletrônica.
O ato simbólico, realizado em abril de 2013, inaugurou o sistema que permite a consulta de documentos produzidos pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops/SP) entre 1923 e 1983. Na ocasião, o governador Geraldo Alckmin testou o sistema fazendo uma busca sobre nome de Fernanda Montenegro. Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão da Verdade Rubens Paiva, também esteve no evento.
Mulheres torturadas
Marise Egger-Moellwald, autora do livro "Luta, Substantivo Feminino", que trata de depoimentos de 45 mulheres brasileiras, presas políticas e torturadas durante a ditadura militar, esteve na Comissão estadual da Verdade e falou sobre o que ouviu e viveu na década de 70, quando era estudante de Ciências Sociais e filha de refugiados austríacos da 2° Guerra Mundial.
Luta sindical
A luta sindical também teve seu espaço durante o mês de abril na comissão estadual. Líderes operários falaram sobre a pressão ao movimento sindical durante a ditadura militar. Rosa Cardoso, da Comissão Nacional da Verdade, contou que será estabelecido um grupo de trabalho para analisar a repressão aos trabalhadores e que eles foram os mais perseguidos após a ditadura.
A história de Aurora Furtado, torturada até a morte, e Issami Okano, desaparecido desde 1974, foram contadas em mais um dia de comissão. Também foram colhidos depoimentos de familiares de guerrilheiros do Araguaia, nascidos em São Paulo ou que tiveram sua atuação política principalmente no Estado.
Clínicas do Testemunho
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça com o apoio da Comissão da Verdade Rubens Paiva e o Instituto Projetos Terapêuticos lançou em 15/4/2013 o programa Clínicas do Testemunho. O projeto é uma ação de dimensão clínica e política sobre as consequências subjetivas da violência do Estado no período da ditadura. O programa iniciou também projeto Conversas Públicas, para promoção e apresentação detalhada da metodologia de atendimento e apoio psicológico às vítimas da ditadura militar.
Neide Alves dos Santos, integrante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), foi morta em janeiro de 1976 e considerada a única mulher do partido executada pelo regime militar da época. O ex-presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, Luiz Francisco de Carvalho Filho, veio à comissão e explanou sobre o caso, contando que a vítima teve sua morte divulgada pela polícia da época como um caso de suicídio.
Cemitério de Perus
O Cemitério de Perus é um dos mais conhecidos da cidade de São Paulo. Nele foram enterradas muitas vítimas da ditadura. A Comissão estadual da Verdade recebeu em 19/4/2013, o relatório feito pela antropóloga forense Patrícia Bernardi, com análise de algumas das ossadas retiradas do cemitério em 1990. As pesquisas buscavam os restos de Hiroaki Torigoe, militante do Movimento de Libertação Popular (Molipo), cuja família disponibilizou material genético para exame. A perita apontou falhas em relatórios prévios feitos pela Unicamp.
Joelson Crispim, Henrique Cintra Ferreira Ornellas e Carlos Roberto Zanirato tiveram suas histórias durante os anos de chumbo contadas na comissão. De acordo com a versão oficial feita pela polícia, Zanirato morreu ao se jogar contra um ônibus em movimento quando era conduzido por policiais a um encontro com seus companheiros.
PCdoB e MRT
Carlos Nicolau Danielli, Luiz Ghilardini, Joaquim Alencar de Seixas, Ivan Seixas, Devanir José de Carvalho e Aderbal Alves Coqueiro foram lembrados durante a reunião. Os dois primeiros eram do Partido Comunista do Brasil, enquanto os outros quatro eram militantes do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT). Danielli esteve preso com Maria Amélia Teles e seu marido, Cesar Augusto Teles. "Danielli foi um herói", disse Maria Amélia. Ivan Seixas foi torturado, mas é sobrevivente e viu seu pai falecer um dia após a prisão e as torturas. "Eles viveram para o Brasil. Tinham família, eram trabalhadores, estudantes. Sem essa consciência dos fatos, a resistência não faz sentido", disse Seixas.
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