Balanço 2013: Comissão da Verdade debateu imprensa de resistência à ditadura militar
14/01/2014 20:13 | Da Redação: Caroline Leonardo



A Comissão da Verdade Rubens Paiva iniciou as audiências do mês de outubro debatendo a importância da imprensa de resistência à ditadura militar. Os primeiros veículos abordados foram os periódicos Opinião, que funcionou de 1972 a 1977, e Movimento, de 1975 a 1981. Para detalhar a história dos jornais, estiveram presentes Luiz Bernardes e Carlos Azevedo, ambos colaboradores dos veículos citados.
O Opinião foi o primeiro jornal de oposição política de forma declarada, tendo em vista que anteriores eram voltados para o humor. Já a publicação Movimento surgiu de dissidência do Opinião.
O Movimento foi censurado desde a edição zero. Para que fosse impresso em tempos de censura, eram feitos de dois a três jornais, que resultavam em uma única edição, devido às exclusões de conteúdo feitas pelo regime.
As histórias dos jornais Em Tempo e o Pasquim também foram relatadas durante as audiências. Estiveram presentes Tibério Canuto, Antonio de Pádua Prado Júnior, o Paeco, Mariluce Moura e Sebastião Neto para dar seus relatos. O Em Tempo nasceu no final da ditadura, portanto não passou por uma censura prévia como os demais veículos, e tinha como características reportagens que denunciavam torturas e desaparecimentos.
A jornalista Mariluce Moura falou sobre o jornal O Pasquim, onde trabalhou como colaboradora em 1976. "O Pasquim foi um sopro de vitalidade, alegria, contestação e protesto em tempos tão cinzentos", disse a jornalista, que também afirmou que a publicação mudou para sempre o estilo de entrevistas do jornalismo brasileiro. Chegou a vender em seu auge 250 mil exemplares semanais, contou.
Imprensa feminista
O jornal Brasil Mulher teve inicio em 1975, por conta da iniciativa de duas mulheres: a jornalista Joana Lopes e a ativista Terezinha Zerbini, conhecida como "a Dama da Anistia" por defender o tema e levá-lo à discussão nas páginas do jornal.
Neste sentido, as colaboradoras buscavam romper as barreiras do jornal editado por homens e dirigido a eles. "Nunca fizemos esse jornal pensando nas mulheres apenas, mas em todos. O objetivo sempre foi o tratamento igualitário entre homens e mulheres", afirmou Amelinha, colaboradora do jornal e coordenadora da Comissão da Verdade.
O jornal feminista tratava de assuntos considerados tabu na época, como reforma agrária, sexualidade, prostituição, divórcio, anistia, aborto, direitos da mulher, casos de violência e estupro contra presas políticas.
Rosalina Santa Cruz, uma das colaboradoras do jornal, disse que ainda hoje é distorcida a visão do feminismo. "O feminismo é a luta pela igualdade entre homens e mulheres, e isso não tem a ver com mulher feia ou mal-amada. Quem cria o machismo nos homens são suas mães, as próprias mulheres, e por isso a mudança tem de partir das mulheres."
Cobra de vidro
O jornal estudantil Cobra de Vidro tinha distribuição gratuita e era escrito por estudantes e publicados por centros acadêmicos das "faculdades isoladas de São Paulo", ou seja, as que não pertenciam a universidades, como a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e a Cásper Líbero.
O jornalista e cientista político Igor Fuser destacou que o Cobra de Vidro teve sua primeira edição publicada em 1975. O jornal tinha um duplo caráter de resistência à ditadura e de conscientização política, refletindo as mudanças de orientação política das entidades estudantis, luta pela reforma agrária e contra o imperialismo americano. Durou até 1978, quando houve a reorganização da União Estadual dos Estudantes (UEE).
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