Comissão da Verdade aborda casos de Hélber Goulart e Hiroaki Torigoe
17/03/2014 22:35 | Da Redação Fotos: José Antonio Teixeira













A Comissão estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), recebeu, nesta segunda-feira, 17/3, Suzana Lisboa, ex-integrante da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, para tratar dos casos de Hiroaki Torigoe e Hérber José Gomes Goulart, mortos por órgãos de repressão da ditadura militar.
De acordo com Amelinha Teles, assessora da comissão, chegou-se ao número de 164 nomes de militantes mortos em São Paulo, dos quais 111 foram abordados pela comissão. Dos 53 que ainda faltam, dois estiveram em pauta nesta audiência, sendo que em um deles " o de Hiroaki " ainda não houve acesso aos restos mortais.
Segundo Suzana, o anúncio oficial da morte de Hélber, militante da Aliança Libertadora Nacional (ALN), ocorreu em 16 de julho de 1973 em suposto tiroteio no museu do Ipiranga. Contudo, relatos afirmam que Hélber teria sido visto nos corredores do DOI/Codi após sua prisão, além de fotos encontradas nos arquivos do DOPS nas quais estaria supostamente morto, mostrarem-no evidentemente ainda vivo e com sinais de tortura.
Apuração dos fatos
Em 1990, com a abertura da vala de Perus, seu corpo foi identificado, tarefa facilitada pelo fato de Hélber ser desdentado. Em 1991, os restos mortais foram enviados à Mariana (MG), sua cidade natal.
Para Adriano Diogo, é fundamental, neste caso, o levantamento das equipes responsáveis por sua tortura e morte, informações que não constam em nenhum relatório, além de solicitar à Comissão nacional da Verdade novos laudos necroscópicos condizentes com a verdade dos acontecimentos.
Os restos mortais de Hiroaki Torigoe, estudante de medicina da santa casa, até hoje não foram encontrados. O militante da ALN e do Movimento de Libertação Popular (Molipo) foi preso e supostamente morto em tiroteio na rua Albuquerque Lins, no bairro de Santa Cecília. Teria sido enterrado em Perus com nome falso, embora haja indícios claros de que os órgãos de repressão conhecessem seu nome verdadeiro. A família não o identificou por meio dos restos mortais.
A versão oficial da morte em tiroteio é colocada em dúvida na medida em que há vários relatos de presos políticos descrevendo terem visto Hiroaki ser arrastado sangrando pelos corredores do DOI/Codi e ser submetido a violentas sessões de tortura. Além disso, as fotos dos laudos necroscópicos mostram evidentes sinais de tortura, inclusive um braço quebrado.
A Comissão da Verdade quer nova perícia, uma vez que o laudo é omisso e não descreve nada do que pode ser observado nas fotos. A família pede a inclusão do caso na Lei 9.140 que confere o direito à indenização e ao encontro dos restos mortais.
Dossiê Ditadura
Na reunião da tarde da Comissão da Verdade, foi entregue a Diogo o Dossiê Ditadura, documento que sela compromisso para que 437 casos de vítimas fatais da ditadura sejam inclusos no relatório final da comissão.
Esta edição revisa e amplia o Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos no período de 1964 a 1985, que continha as biografias e a possível apuração das circunstâncias dos desaparecimentos e assassinatos de 426 perseguidos políticos durante a ditadura civil-militar brasileira. Esse número, 426, foi contestado por Suzana Lisboa, ex-integrante da Comissão dos Mortos e Desaparecidos Políticos, para quem o total de vítimas investigadas pelos familiares ao longo dos anos no relatório de seus trabalhos chega a 437 pessoas. Assim, o documento revisado atende a indicação de Suzana.
Ela explicou que o trabalho de organização da lista dos familiares foi feita pela primeira vez em 1979, pelo comitê de anistia do Rio de Janeiro. Posteriormente, esse trabalho foi reorganizado, quando separaram os nomes dos desaparecidos na Argentina e no Uruguai, os que morreram no exílio, e a militância política de cada um, para caracterizar que eram pessoas que militavam contra a ditadura militar, justificou Suzana Lisboa.
Surgiu daí um livro mais completo, em 1995, porque incluiu as pesquisas que tinham feito nos arquivos do IML-Instituto Médico Legal e Deops (Departamento de Ordem Política e Social), relatos do grupo Tortura Nunca Mais e da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos.
O atual dossiê apresenta as biografias em ordem cronológica, indicando, quando possível, a militância e o contexto histórico de cada morte ou desaparecimento. Destaca também o papel dos familiares de mortos e desaparecidos políticos como protagonistas da luta contra a ditadura.
Ao final dos trabalhos, o presidente Adriano Diogo explicou que a intenção de receber o dossiê em uma audiência, "é para garantir que os 437 nomes apresentados pelos familiares sejam inclusos no relatório final da Comissão Nacional da Verdade".
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