Membros da Comissão de Educação e Cultura organizaram nesta terça-feira, 8/4, ato comemorativo aos 16 anos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Professores de universidades, líderes do Movimento Trabalhadores Sem Terra (MST) e representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estiveram no evento conduzido por Carlos Neder (PT). No evento, foi lançado o livro Na Luta Pela Terra - A Conquista do Conhecimento, de Luiz Bezerra Neto, Maria Cristina dos Santos Bezerra e José Leite Neto.

Ana do Carmo (PT) afirmou que programas do Estado não têm beneficiado agricultores e cooperativas que enviaram demandas à Secretaria Estadual de Agricultura. Destacou gestões feitas por trabalhadores rurais em reuniões na Assembleia.

Marcos Pimentel, presidente da Federação da Agricultura Familiar (FAF), lembrou a contribuição da federação no ensino público e a importância de políticas públicas como o Pronera, que contemplem quilombolas, ribeirinhos e famílias agrícolas. Criticou que ainda há poder concentrado na mão de latifundiários que, de acordo com o presidente, direcionam o conhecimento para determinados núcleos.

A coordenadora do MST, Marcia Ramos, destacou a importância do Pronera e falou sobre as lutas para escolarizar o povo brasileiro. Também ressaltou a necessidade de disponibilizar o programa no campo e na roça e falou da Pedagogia da Terra, que proporciona às crianças a possibilidade de serem formadores de opinião.

Marcia Vieira, professora da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), falou da inserção de alunos de licenciatura nos assentamentos, sendo que muitos acabam se especializando na área da agricultura.

Luís Bezerra Neto, professor da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) e um dos organizadores do livro Na Luta Pela Terra " A Conquista do Conhecimento, falou sobre as políticas da Ufscar voltadas ao tema.

Incra e USP

Wellington Diniz Monteiro, superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de São Paulo, afirmou que o instituto "viabiliza uma política transformadora no campo social". Disse que o objetivo da instituição é democratizar o uso da terra, enquanto o Pronera faz o mesmo com o conhecimento. "São quase um milhão de assentados da reforma agrária no Brasil", esclareceu o superintendente.

Lisete Gomes Arelaro, professora da Universidade de São Paulo, disse que o diferencial de programas como o Pronera é o envolvimento do movimento social. "A USP era nossa última fronteira agrícola", disse Clarice Aparecida dos Santos, coordenadora geral de Educação do Campo e Cidadania do Incra de Brasília, sobre as barreiras que haviam na universidade para a introdução de temas da agropecuária brasileira.

Também estiveram presentes o deputado Adriano Diogo (PT), Ana Chã, do MST e mestre em Desenvolvimento Territorial da América Latina e Caribe, e Manoel Duda, da Unesp e da cidade de Teodoro Sampaio.