Empresários do setor de saneamento apontam soluções de abastecimento de água
23/04/2015 19:49 | Da Redação: Keiko Bailone Fotos: José Antonio Teixeira






Os empresários Libardo Ortiz, do grupo empresarial colombiano Inassa, e Manoel Aravena Zamora, da Biotec-Célula de Energia Ltda. apresentaram, no Simpósio Internacional Recuperágua - Conservação, Gestão e Recuperação da Água, ocorrido nesta quarta-feira, 22/4, soluções para a crise de abastecimento de água que afeta algumas cidades latino-americanas. A iniciativa desse evento foi do deputado Edson Giriboni (PV) e a apresentação dos palestrantes coube aos deputados Orlando Bolçone (PSB) e Rita Passos (PSD).
Libardo Ortiz expôs o resultado de experiências bem-sucedidas na manutenção das redes de água e esgoto nas cidades de Santa Marta e Barranquilla, na Colômbia. Em Santa Marta, município com 600 mil habitantes, a captação da água era feita dos rios Piedras e Manzanares, originários do Pico Colón, na Serra Nevada. Segundo Ortiz, o fluxo desses rios reduziu-se drasticamente nos últimos anos, chegando a uma diminuição de 78% no fluxo do Manzanares. E, a cada ano, esse déficit se acentua.
O primeiro passo foi setorizar as áreas de maior risco de abastecimento. A partir desse diagnóstico, a alternativa em um primeiro momento, foi a construção de poços artesianos. Depois, partiu-se para a captação de águas de outros rios, como o Toribio, Córdoba e Madalena.
Ortiz explicou que toda a metodologia aplicada na rede de saneamento de Santa Marta buscou soluções de imediato, mas também a médio e longo prazo.
Em Barranquilla, dentre mais de 2 milhões de habitantes, apenas 900 mil eram atendidos pela rede de água e esgoto. "Portanto", disse Ortiz, "as ações foram contundentes". Fizeram o levantamento de todas as instalações, dos equipamentos e redes matrizes. Após esse diagnóstico, foi feita a reparação dos pontos de perda de água.
"Em 1994, a cobertura em Barranquilla chegava a apenas 60% da cidade. Além disso, o rodízio era mantido o ano inteiro. Hoje, todas as áreas desse município contam com abastecimento diário de 24 horas", relatou Ortiz.
Liofilização, tecnologia do futuro
A liofilização poderia solucionar problemas de falta de água em cidades como São Paulo, garantiu o engenheiro eletrônico Manoel Aravena Zamora, da Biotec, que abordou o tema "Novas Tecnologias de Recuperação de Esgoto - a Produção de Água Potável".
Ele iniciou sua palestra apresentando dados da Organização das Nações Unidas sobre produção de água e energia, já que um depende do outro. Aravena informou que, segundo a ONU, quase 2 bilhões de pessoas nunca tiveram acesso à água potável; algumas pessoas vivem com quatro litros de água por dia, quando o recomendável são 11 litros; e que cerca de 1 bilhão de seres humanos vivem sem energia elétrica. Outros dados: até 2030, terá de haver um aumento de 40% no fornecimento de água, e de 50% no fornecimento de energia.
"Com a crise de água e energia, esse problema só será resolvido se houver inovação tecnológica", afirmou Aravena, ao anunciar como uma das alternativas viáveis a esse problema a liofilização, processo pelo qual a água é convertida do estágio sólido para o de vapor de água, sem passar pelo líquido. O princípio baseia-se em remover a água de um produto congelado e passar direto para o estágio gasoso. Uma máquina de vácuo retira os sais minerais e os separa, juntamente com os demais resíduos sólidos. Após essa fase, a água é transferida para as operadoras de tratamento que utilizam o ultrassom e ozônio para torná-la apropriada ao consumo humano.
O impacto maior da liofilização é o consumo da energia elétrica e, portanto, na opinião de Aravena, o Brasil não poderia arcar com esse fornecimento, já que o parque de geração elétrica encontra-se no gargalo. Antevendo essa dificuldade, a Biotec propõe o uso de energia baseado em geração sônica de vapor.
As perdas e os vazamentos
O engenheiro Eric Cerqueira Carozzi, superintendente de Desenvolvimento Operacional da Sabesp, abordou o tema "Perdas nas Redes Urbanas: reflexos financeiros, operacionais e políticos". Começou explicando o conceito de perdas para a empresa de saneamento paulista, que inclui não só vazamentos, mas também submedições de hidrômetro decorrentes de fraudes e irregularidades como roubo ou desvios. No total, 29,8% da água produzida pela Sabesp perde-se ou não é paga, sendo que a média nacional de perda de água gira em torno de 37%.
Quanto aos tipos de vazamento, o superintendente esclareceu que existem os visíveis, ou seja, aqueles imediatamente informados pelos usuários, e os não visíveis. Estes últimos têm vazão menor e podem durar anos ou até décadas.
Carozzi relatou que 14% dos vazamentos ocorrem nas redes e 80% nos ramais, que, na maioria das vezes, são remendados. Por essa razão, a Sabesp, tem investido na troca da tubulação ao invés de no reparo. Como ações de combate à perda, Carozzi realizou a necessidade de manutenção contínua e preventiva da rede e dos hidrômetros.
O superintendente abordou ainda o problema decorrente do fornecimento de água em áreas invadidas e favelas. "Nas últimas décadas houve um crescimento rápido e desordenado dessas áreas, e não podemos simplesmente cortar a água. Esse problema tem de ser pensado entre os vários órgãos envolvidos".
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