Presidente participa de seminário da OAB-SP
31/08/2015 18:46 | Da Redação: Josué Rocha Fotos: Marco A. Cardelino










O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez, compôs mesa de trabalhos em seminário promovido pela OAB-SP para debater o instituto da delação premiada. Realizado na Casa dos Advogados da subseção Jabaquara, neste sábado, 29/8, o evento teve palestra do juiz Sérgio Fernando Moro, responsável pelo processo conhecido como Operação Lava Jato e que já resultou em várias condenações após acordos de delação premiada com alguns acusados.
Capez saudou o palestrante observando que, para conduzir um processo tão importante quanto esse, é necessário muito estudo, coragem e profissionalismo. "Quando alguém alia conhecimentos teóricos com a oportunidade para aplicá-los, tem-se uma combinação perfeita", asseverou o parlamentar, pontuando que a democracia se fortalece quando cada cidadão cumpre o seu papel na sociedade.
O instituto, segundo Sérgio Moro, tem de ser tratado "sem estereótipo ou preconceito". Ele alerta que a doutrina ainda discute se vai denominá-lo como "colaboração ou delação premiada", porém, segundo o magistrado, "o mais importante é verificar como e quando ele deve ser aplicado".
Moro afirmou que a colaboração premiada é muito utilizada em outros países. Ele chegou a citar um caso ocorrido nos Estados Unidos, datado de 1833, em que o promotor já defendia benefícios para um colaborador processual que pertencia a um grupo criminoso.
"Uma das formas de se penetrar na redoma de segredos de organizações criminosas é fazer com que uma pessoa que pertença ao grupo fale", declarou o palestrante. Ele observa, porém, que há uma série de cautelas a serem tomadas, como a de verificar, dentro do conjunto de provas, se o delator falou a verdade.
Outro critério para se aplicar o instituto, ensina Moro, é que ele deve buscar sempre uma subida na escalada do crime, ou seja, a delação de um criminoso deve levar à condenação de alguém com papel mais importante dentro do grupo criminoso, mas ele pondera que em alguns casos a expansão da investigação pode levar a prisão de outros de menor relevância na atividade criminosa.
"Como não vivemos num mundo ideal, o colaborador vai receber uma pena que não seria proporcional a sua culpa. O que deixa o cidadão perplexo muitas vezes", reconhece. Ele pondera, entretanto, que o colaborador merece tratamento distinto daquele que não aceitou colaborar. Outra regra recomendada, aponta o magistrado, é que o acordo deve ser cumprido. "Se o promotor aceita o acordo, ele deve sustentá-lo até o fim".
Moro assinala também que nos casos em que a atividade criminosa trouxe lucros para o criminoso, deve haver a devolução dos valores. "Não se pode ter a certeza de que ele devolveu tudo, mas se for comprovado que o delator mentiu ou omitiu, ele não fará mais jus aos termos do acordo". Para tanto, o palestrante entende que os acordos devem ser minudentes e feitos por escrito.
Ao final, o magistrado, muito aplaudido e elogiado pela postura frente à Operação Lava Jato, declarou que não realiza a tarefa sozinho e que conta com efetiva participação de membros do Ministério Público Federal. Disse também esperar que após a repercussão que o instituto da colaboração premiada obteve neste processo, ele venha a ser mais aplicado no Brasil. "Uma justiça negociada traria ganho para todos", concluiu.
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações