A Assembleia Legislativa sediou nesta sexta-feira, 28/8, a terceira edição do evento Homenagem Esportiva, que reuniu centenas de atletas de artes marciais como judô e MMA (Artes Marciais Mistas). Além da confraternização, os praticantes desses esportes, acompanhados de suas famílias, ouviram palestras proferidas por professores e ex-atletas que colaboram para o crescimento do desporto no Brasil. Ao final, receberam medalhas e diplomas assinados pelos deputados Luiz Carlos Gondim (SDD) e Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP).

A primeira palestrante foi a professora da Faculdade de Educação Física da USP Kátia Rúbio, que discorreu sobre o tema "Atleta, o maior legado olímpico". Jornalista, psicóloga do esporte e autora de mais de dez livros, entre os quais Psicologia do Esporte, Encontros e Desencontros e Heróis Olímpicos Brasileiros, Rúbio relatou que estuda a trajetória dos atletas olímpicos há mais de quinze anos, conheceu 1.705 atletas que representaram o Brasil em competições esportivas internacionais e entende bem a importância dessas personalidades na formação de novas carreiras.

Referindo-se aos Jogos Olímpicos que ocorrerão no Rio de Janeiro no ano que vem, Rúbio frisou que vê nesse evento a oportunidade de o esporte desenvolver-se mais no país, além de os atletas servirem de "fonte inspiradora para as novas gerações". Ela contou que tem praticado esporte a vida inteira e, assim, incorporou à sua vida de mãe, profissional e cidadã, a disciplina, a determinação e a busca incessante pela perfeição e excelência.

"O atleta tem como objetivo ser o melhor e a maior competição é travada consigo mesmo porque, ao atingir a meta, já está em busca de novas conquistas", acentuou.

O papel do esporte na inclusão social

Este tema foi abordado por Robson Leite Gonçalves, funcionário da Fundação Casa e assistente da Divisão Regional Metropolitana de Campinas. Como testemunho do trabalho que desenvolve junto a jovens em situação de rua e menores infratores, Gonçalves afirmou que atletas servem de exemplo para crianças e adolescentes. "Eles veem o exemplo de pessoas que superam dificuldades, a dor, o distanciamento da família", relatou.

No entender de Gonçalves, além de o esporte afastar o jovem das drogas, faz aflorar o sentimento de coleguismo. "Independentemente da compleição física, toda vez que promovemos uma competição, todos se unem para uma conquista coletiva", frisou.

Os outros oradores foram Gilberto Costa, psicólogo com especialização em Neuropsicologia; Tarciso Carvalho, representante do secretário de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo, Jean Madeira; e o ex-judoca Paulo Duarte. Costa citou grandes pensadores da humanidade para fundamentar sua tese sobre pilares que norteiam a qualidade de vida das pessoas; Tarciso Carvalho contou sobre o envolvimento de Jean Madeira com o esporte desde os 17 anos e as ações da secretaria de esportes, no sentido de divulgar as artes marciais junto às prefeituras do interior do Estado; e Paulo Duarte falou sobre o papel social do esporte. Relatou, em detalhes, experiência promovida por ele junto aos internos da Fundação Casa no Maranhão. "Entrando em contato com eles, entendi que muitos haviam cometido delito, mas que podiam sim ser recuperados pelo esporte", assinalou.