Seminário aponta necessidade de fortalecer diálogo entre gestores municipais e órgãos de controle
01/10/2015 20:50 | Da Redação Fotos: Roberto Navarro













"A proposta da Assembleia Legislativa foi realizar um evento de conteúdo prático, com o objetivo de evitar que os prefeitos e gestores sejam alvo de demandas na Justiça por falta de informação", resumiu o presidente do Parlamento paulista, deputado Fernando Capez, na abertura do 1º Ciclo de Palestras sobre Contas de Gestão Pública e Regras Eleitorais, realizado nesta quinta-feira, 1º/10, no plenário Juscelino Kubitschek. O encontro reuniu prefeitos e gestores municipais de mais de 200 cidades.
É frequente que a atuação dos prefeitos leve à abertura de processos, mesmo que eles tenham agido de boa-fé. Além de disseminar informação, o ciclo de palestras abordou o "mal do século 21, que tem travado o nosso desenvolvimento: a insegurança jurídica. Não é possível continuar num cenário de imprevisibilidade jurídica", complementou Capez.
Para o procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa, não há confronto entre o Ministério Público e os políticos. "Mas não desconheço as relações às vezes tensas entre o Ministério Público e os gestores públicos. Elas não nos agradam, e têm sido alimentadas por equívocos de atuação, mas sobretudo por um discurso oportunista em relação à classe política ou ao Ministério Público".
A segurança jurídica demandada por Capez se beneficiará, segundo Elias Rosa, a partir de uma relação institucional propositiva. Para isso, ele defendeu maior aproximação e diálogo entre as procuradorias municipais e os promotores.
Judicialização desnecessária
A falta de um diálogo institucional leva à judicialização desnecessária, corroborou o advogado Leonardo Henrique de Cavalcante Carvalho, que ocupa, por indicação do Senado, vaga no Conselho Nacional do Ministério Público.
Ele narrou o que considera um caso típico do dilema entre gestores e Ministério Público, representado por um prefeito mato-grossense que foi instado pelo Ministério Público a construir muro em uma escola, sob pena de responder judicialmente por medidas não tomadas. O prefeito alegava não dispor de recursos para a obra, mas fez o muro. Cerca de dois anos depois, um novo promotor identificou que a fonte de recursos para a construção do muro não era adequada, o que tornava o prefeito sujeito a uma ação por improbidade administrativa.
"O Ministério Público não deve atuar como ilhas isoladas", ele observou. Como medida prática, Carvalho propôs a criação, para os promotores de Justiça, de cursos que contenham um módulo sobre relações institucionais.
Definindo seu pronunciamento como um "desabafo", o presidente da Associação Paulista de Municípios, Marcos Monti, criticou o pacto federativo, "que destina apenas 15% das receitas tributárias aos municípios, que são na verdade os que mais prestam serviços ao cidadão".
Ele também citou um exemplo, neste caso o da cidade de Itapuí, que recebeu ofício do Tribunal de Justiça determinando que nos próximos cinco anos 25,6% do orçamento municipal seja destinado ao pagamento de precatórios. "É impossível que ¼ do orçamento seja para essa finalidade", ressalvou.
Na avaliação de Monti, o palco para a resolução dos problemas que afligem municípios é o Congresso Nacional. "E se continuar essa pressão sobre os prefeitos, teremos cada vez menos gente de bem querendo participar da vida pública", arrematou.
Orientações para administradores públicos
O Tribunal de Contas do Estado, órgão fiscalizador de 644 municípios paulistas, tem feito esforços para orientar os administradores públicos quanto à ocorrência de erros em suas gestões, afirmou a presidente do TCE, Cristiana de Castro Moraes. "É muito importante esse papel didático, porque prevenir um gasto irregular é mais eficiente que puni-lo", completou.
Além de ciclos de palestras, Cristiana citou entre as iniciativas do TCE para incrementar o relacionamento com as prefeituras as auditorias concomitantes, realizadas três a quatro vezes ao ano em algumas cidades, de modo que "não esperamos acabar a gestão para analisar seus dados contábeis".
A presidente do TCE informou ainda que na próxima segunda-feira, 5/10, será lançado o Primeiro Anuário de Desempenho Municipal, com a divulgação do Índice de Efetividade da Gestão Municipal. Este, formado a partir dos indicadores educação, saúde, meio ambiente, planejamento, gestão fiscal, cidades protegidas e tecnologia da informação, permitirá que "cada prefeito tenha um perfil de sua cidade e dos pontos que estão merecendo atenção".
Primeira palestra
Na primeira palestra do dia, o desembargador André Lemos Jorge, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, destacou a necessidade de uma discussão sobre as modificações eleitorais propostas pela Lei 13.165, sancionada em 29 de setembro último.
"Esse debate institucional pode começar agora, abrindo-se um diálogo com a magistratura e o Ministério Público locais", disse Jorge, ao lembrar que o TRE é um órgão recursal, cabendo decisões ao juiz da comarca e ao promotor da cidade, que atuam como juiz eleitoral. Como a lei traz disposições contraditórias, não é incomum que comarcas vizinhas tenham decisões diferentes a respeito de questões semelhantes.
O desembargador observou ainda que metade dos problemas que deságuam no TRE se deve à falta de experiência em campanhas eleitorais. Por isso, ele aconselhou que candidatos procurem advogados e contadores que militam nessa área. Os problemas podem se agravar porque "a legislação eleitoral é muito dispersa em leis e resoluções, com frequência feitas de afogadilho".
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações