Plenário da Assembleia Legislativa é invadido por estudantes secundaristas
04/05/2016 00:09 | Da Redação: Fotos: Monica Ferrero e José A. Teixeira










Cerca de cem jovens invadiram o Plenário Juscelino Kubitschek na tarde desta terça-feira, 3/5, por volta das 17h, interrompendo a discussão da Ordem do Dia. Gritando palavras de ordem como "ocupar e resistir", esticaram faixas pedindo instalação de CPI relacionada à fraude envolvendo licitação de merenda no Estado. Fizeram barricadas com as cadeiras existentes no local, e ascenderam à mesa da Presidência, ocasião em que acabaram danificando o computador que controla o sistema eletrônico de votação.
Após a invasão, um grupo de parlamentares e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez, se reuniram com líderes do movimento, dentre eles, representantes da UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), UPES (União Paulista de Estudantes Secundaristas) e UJS (União da Juventude Socialista) para chegarem num acordo de desocupação do Plenário.
Após essas reuniões com os estudantes, Capez concedeu entrevista coletiva no Salão Nobre da Presidência a respeito das demandas dos manifestantes. Capez voltou a afirmar que foi o primeiro a assinar o requerimento pela instalação de uma CPI na Assembleia para investigar o objeto da Operação Alba Branca, da Polícia Civil. "Tenho dialogado com os deputados para que assinem o documento, mas até o momento obtivemos 23 das 32 assinaturas necessárias para protocolar o pedido de CPI". Capez informou que já existem cinco CPIs em andamento, mas que pretende pautar a instalação dessa que seria a sexta CPI em funcionamento. "A instalação dessa CPI precisaria ser aprovada em Plenário com o mínimo de 48 votos dos deputados", explicou o presidente.
Capez disse ter estranhado a invasão justamente no dia em que, por acordo prévio entre líderes do Parlamento, a Comissão de Educação e Cultura da Assembleia aprovou convites para a oitiva de autoridades que foram citadas na investigação Alba Branca. O presidente também lembrou sua carreira de 27 anos como membro do Ministério Público, a publicação de 72 obras jurídicas de sua autoria e palestras que profere em todo o país e no exterior sobre Direito, sendo que nunca teve seu nome envolvido em qualquer escândalo. "Ter meu nome ligado a essa questão da merenda é humilhante".
O deputado afirmou que, por iniciativa sua, foi aberta investigação, no dia 27/1/2016, no Tribunal de Justiça de São Paulo, tendo juntado seus dados fiscais e bancários pessoais para ser ouvido por quem conduz a investigação. Ele ainda esclareceu que, segundo relatório da Corregedoria Geral da Administração, a conclusão técnica sobre a questão da merenda é que foi firmado um contrato entre o Estado e uma cooperativa para fornecimento de suco de laranja a rede de ensino estadual, no valor entre R$ 10 milhões ou R$ 12 milhões, sem que houvesse superfaturamento. "Porém, se alguns membros da cooperativa não agiram corretamente, é outra questão que não envolve o Estado".
O presidente lamentou episódios de violência na invasão ao plenário, afirmando que houve uma policial militar ferida e um computador quebrado na ação dos manifestantes, mas que não permitirá a entrada de tropa de choque para a retirada dos jovens. Afirmou, entretanto, que vai determinar a Procuradoria da Assembleia que tome medidas judiciais a fim de promover a reintegração de posse para garantir o trabalho dos parlamentares nos próximos dias.
Comitiva de alunos
Antes de conceder a coletiva, o presidente Capez recebeu três representantes dos pouco mais de 100 estudantes que ocuparam o plenário da Alesp: o presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes/SP), Emerson Santos; a presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), Flavia Stefanny; e a representante do Diretório Central dos Estudantes da Fatec, Nayara Souza. Eles afirmaram que, enquanto não for instalada a CPI, pretendem manter a ocupação. Disseram ainda que os estudantes que realizaram a ação são em sua maioria secundaristas de várias cidades do Estado.
O presidente Capez informou aos jovens e à imprensa que autorizará o consumo de água e o uso dos banheiros pelos estudantes que, até o momento do fechamento desta edição, ocupam as dependências do Plenário Juscelino Kubitschek.
Deputados
Parlamentares da oposição - Carlos Giannazi (PSOL), José Zico Prado, Beth Sahão, Ana do Carmo, Marcia Lia, Luiz Fernando Teixeira e João Paulo Rillo (todos do PT) apoiaram a manifestação dos alunos. Rillo considerou que a ocupação foi conduzidada de forma "pacífica, respeitosa e democrática". Segundo o parlamentar, a ocupação é legítima e é importante ter uma mesa permanente de negociação entre os manifestantes e os parlamentares.
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