Lançada Frente de Combate às Hepatites Virais


07/07/2016 19:42 | Da Redação: Giulia Mendes

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A Assembleia Legislativa, em parceria com a Câmara dos Deputados, lançou, nesta quinta-feira, 7/7, a Frente Parlamentar Mista de Combate às Hepatites Virais, coordenada pelo deputado Wellington Moura (PRB) e pelo deputado federal Vinícius Carvalho (PRB). O objetivo da frente parlamentar é discutir novos tratamentos da doença, já que o número de pessoas afetadas pela hepatite no Brasil é alto (em torno de 1,4 milhão).

De acordo com o médico Edison Parise, especialista em hepatologia pela Sociedade Brasileira de Hepatologia, o remédio distribuído pelo SUS no Brasil tem dado resultados ótimos, pois a chance de cura passa de 90%. "O problema é que a demanda é exponencialmente maior do que a oferta no país", disse.

Um dos maiores problemas também apontado pelo médico é que um terço das pessoas com hepatite não sabe que carrega a doença, porque os sintomas são quase imperceptíveis. Ela pode ser transmitida por transfusão de sangue, agulhas não descartáveis (como as usadas em estúdios de tatuagem), alicates de manicures etc. Pelo menos 25% da população brasileira com hepatite tem acesso ao tratamento, mas, segundo Parise, isso não traz nenhum avanço, pois o tratamento começaria a fazer diferença no Brasil se atingisse 60% dos portadores de hepatite.

Segundo o médico Marcelo Naveira, coordenador de Hepatites Virais no Brasil, as pessoas mais afetadas pelas hepatites virais são as com mais de 40 anos, público que na juventude desconhecia o perigo do reuso de agulhas e alicates. Naveira, também disse que a doença pode ser erradicada até 2050, mas para isso é preciso maior acesso ao diagnóstico e maior conscientização da população. "Daí a importância de marcar o Dia Internacional das Hepatites Virais (28/7) com distribuição de manuais, propagandas e projetos de conscientização pelo Brasil", afirmou Naveira.

Liliana Mendes, também especialista em hepatologia, falou da efetividade dos medicamentos para pessoas com hepatites cirróticas e não cirróticas, lembrando que há enorme diferença nos resultados. Para pacientes não cirróticos a percentual de cura é de mais de 90%, já para pacientes cirróticos a porcentagem cai para 70% ou 60%. Liliana acrescentou que os médicos vão continuar estudando novas drogas e fórmulas para os tratamentos. "A luta não para", disse a doutora.

Ao final do evento, os deputados falaram sobre a importância da frente parlamentar e agradeceram a presença de todos.

alesp