O secretário estadual da Saúde, David Uip, apresentou aos parlamentares da Comissão de Saúde, nesta terça-feira, 21/2, o relatório quadrimestral de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) referente ao terceiro período de 2016 e o relatório da execução orçamentária da pasta. No ano passado, a secretaria executou quase R$ 15 bilhões do seu orçamento, sendo que o Estado respondeu por 48,8% da produção hospitalar e 43% do atendimento ambulatorial.

Por essa razão, as maiores preocupações da Secretaria, segundo Uip, são o aumento da demanda de atendimento na rede pública, pois, com a crise, parte da população deixou de ter planos de saúde. Também houve queda da arrecadação. O Estado de São Paulo sempre recebeu pacientes de outros estados em busca de tratamentos de alta complexidade, porém a crise aumentou também a busca por medicamentos, afirmou.

A judicialização da saúde custou à Secretaria quase R$ 1 bilhão em 2016, o que obrigou a retirada de recursos de outras áreas. Algumas ações são justificáveis, mas outras, que exigem internação, ferem os princípios do SUS, na opinião de Uip.

Outra preocupação da Secretaria é o aumento de casos das doenças causadas pelo Aedes aegypti " dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Destas, a chikungunya é a mais preocupante, pois deixa sequelas sérias. Em relação ao surto recente de febre amarela, o secretário informou que estão sendo mapeadas as áreas de risco, inclusive com monitoramento de mortes em macacos. As populações em risco estão sendo vacinadas.

Questionamentos

O secretário respondeu a questionamentos dos deputados Gil Lancaster (DEM), Hélio Nishimoto (PSDB), Padre Afonso Lobato (PV), André do Prado (PR), Marcos Martins (PT), Marco Vinholi (PSDB), Itamar Borges (PMDB), Welson Gasparini (PSDB) e Raul Marcelo (PSOL).

O deputado Carlos Neder (PT) convidou o secretário para duas audiências públicas a se realizarem na Assembleia. Uma delas, no próximo dia 11/4, com a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) irá discutir as arboviroses - doenças transmitidas por insetos que incluem zika vírus e dengue. A outra, no dia 18/4, a pedido do Conselho Estadual de Saúde, irá discutir a Lei Orgânica da Saúde. David Uip afirmou que a secretaria tem interesse em comparecer aos eventos.

O presidente da Comissão de Saúde, Celso Giglio (PSDB), indagou ao secretário sobre denúncias de irregularidades envolvendo a Fundação Butantan, gestão administrativa e financeira do instituto do mesmo nome. O secretário afirmou que os problemas citados foram detectados em auditoria e pelo Tribunal de Contas, e agora estão sob análise da corregedoria. O papel da secretaria é auditar as contas e enviar para as autoridades competentes, o que foi feito. A fábrica de hemoderivados, imprescindível para o Estado, precisa de recursos federais para funcionar, finalizou.

No final da reunião, a palavra foi dada a moradores de Cubatão, que expressaram ao secretário sua preocupação com a questão da saúde da cidade, e representantes dos dentistas do Estado falaram sobre seu pedido de equiparação salarial com os médicos. Também participaram da reunião dos deputados Wellington Moura (PRB) e Doutor Ulysses (PV).