Autoridades debatem programa habitacional com base no cooperativismo
30/03/2017 19:45 | Da Redação Keiko Bailone - Fotos: Raphael Montanaro



Prefeitos, secretários de habitação, vereadores e engenheiros de pelo menos 17 cidades do interior do Estado compareceram nesta quarta-feira, 29/3, ao encontro promovido pelo deputado Marcos Zerbini (PSDB) para conhecer o programa desse parlamentar sobre déficit habitacional.
Zerbini explica que a proposta é uma alternativa para enfrentar o problema de déficit habitacional. O projeto foi criado em 1986 por ele e sua esposa, Cleuza Ramos Zerbini, e desenvolvido pioneiramente pela Associação dos Trabalhadores Sem Terra (ATST), nome original da organização, cuja filosofia não compartilha os ideais do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MTST).
O parlamentar esclarece que começou este trabalho e também sua carreira política tendo como bandeira a luta pela construção de casas populares para famílias carentes. "Havia, na década de 80, muitas manifestações e pressão para que o governo construísse casas populares. Mas, éramos contra invasões. Participávamos de pastorais sociais da Igreja Católica e adotamos outra postura", afirmou Zerbini ao explicar a ideia de optar pela compra de lotes de proprietários que quisessem vender terrenos, em vez de ocupar áreas desocupadas. Só que a compra teria de ser a preços bem abaixo do mercado e, para isso, Zerbini e Cleuza contavam com ofertas para a compra coletiva, ou seja, através de uma cooperativa de pessoas com o mesmo propósito: ser proprietário de um lote e construir uma casa.
Hoje são 31 áreas compradas. Nelas, 22 mil pessoas possuem um lote e 14 mil já construíram sua casa, relatou Zerbini. A título de exemplo, Zerbini contou que em Novo Horizonte, município do interior paulista, um lote (150 m2) que custava em torno de R$ 50 e 60 mil pode ser adquirido, pelos interessados, por R$ 6 mil. Em um VT exibido aos presentes, aparecem as casas, com toda a infraestrutura básica, ou seja, luz, água, asfalto e mesmo escolas, ônibus, posto de saúde e até estação de trem.
"Conseguimos construir pedaços da cidade e, nesses locais, foram levantadas necessidades. Assim, surgiram espaços para atividades culturais, de lazer, profissionalizantes", contou Zerbini. Cerca de 70 mil (setenta mil) jovens que passaram por estes "pedaços de cidades" tornaram-se universitários.
Não é uma empreitada fácil, asseverou Zerbini, ao explicar seu conceito de cooperativa habitacional, que poderia, garantiu, acabar com o déficit de moradias em muitos municípios, mesmo em época de crise em que muitas prefeituras enfrentam sufoco financeiro. Do convite às pessoas, em sua maioria pessoas de baixa renda, até o convencimento de que iriam se tornar loteadores e por isso mesmo precisariam economizar, requereu cursos de educação financeira, disse Zerbini.
Zerbini explicou todos os passos para se chegar ao objetivo da ATST, como a formação de uma associação, o planejamento da área para verificar quantos lotes se formariam e a seleção dos escolhidos. Esclareceu que as prefeituras, neste caso, não têm qualquer responsabilidade, mas as cooperativas que se formarem, ao adquirir terreno posteriormente enquadrado como de interesse social, podem participar de dois programas gratuitos: o da Sabesp, que oferece rede de água e esgoto sem qualquer custo, através do Termo de Cooperação firmado com o Governo do Estado de São Paulo; e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que fornece energia elétrica a custo zero. Em se tratando de infraestrutura, o problema maior é o asfalto, destacou Zerbini.
Na parte final da palestra, Cleuza Ramos Zerbini, esposa que acompanhou o parlamentar em toda sua luta pelos ideais que nortearam a vida de ambos, lembrou que acasa é o maior bem das famílias. "É um patrimônio, a roupa das famílias", comparou ela, lembrando que, ao contrário do que normalmente ocorre com casas de outros programa dos governos estadual e federal, as construídas por pessoas que participam das cooperativas da ATST não são repassadas a terceiros. "Quando a própria pessoa constrói é diferente. Ela coloca o 13º salário, o recebimento das férias, sabe o quanto custou e não se desfaz da casa." Segundo estatística levantada pela ATST, entre as propriedades construídas em 1989, 90% ainda continuavam em mãos dos seus donos originais.
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