Entrevista com o deputado Estevam Galvão
Com mais de 44 anos de vida pública, tendo em seu currículo passagens pela Câmara Municipal e Prefeitura de Suzano, Câmara dos Deputados e, agora, no quarto mandato como deputado na Assembleia Legislativa, Estevam Galvão (DEM) diz que não vai parar. Gosta muito de ser deputado, e pretende concorrer novamente a uma vaga no Legislativo paulista nas eleições do ano que vem. "Minha vida é boa e gratificante. Por dez anos consecutivos fui líder do Democratas e, nesta legislatura, faço parte da Mesa Diretora. A segunda secretaria da Casa é trabalhosa, mas não tem problema. Tenho o hábito de levantar cedo e ficar até tarde. Tenho de honrar os votos recebidos", afirma, ao explicar sua devoção à vida parlamentar. Galvão confessa que gosta de estar com o povo, de andar pelos bairros, periferias. Lembrou que à época em que o hoje senador José Serra ocupava a Prefeitura de São Paulo (2005), foi designado para a subprefeitura de Guaianazes. "Um bairro com problemas de área de risco, falta de canalização de esgoto... mas, para mim, foi um período bem gratificante", reconheceu.
Sobre as reformas
A reeleição ou não em pleitos municipais ou estaduais depende do trabalho que se faz, considera Galvão, ao citar seus quatro mandatos consecutivos na prefeitura de Suzano. "Acho que é reconhecimento. Numa cidade com 300 mil habitantes, você tem que trabalhar". Entretanto, Galvão concorda que a política mudou muito, aliás, totalmente, em quatro décadas de atuação parlamentar. E para pior, avalia, complementando que isso vale para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
Estevam é a favor da reforma política. Para ele, é difícil para o Executivo trabalhar com 30 partidos diferentes. Aqui na Assembleia Legislativa é a mesma coisa: "são mais de 20 lideranças para você equacionar, acertar caminhos... ".
Da mesma forma que defende a reforma política, Galvão compõe o bloco de parlamentares que encara como benéficas as mudanças previstas nas leis trabalhista e previdenciária.
"As oposições cantam em prosa e verso que estão tirando o direito do trabalhador. Muito pelo contrário. Esta reforma traz garantia para que se possa trabalhar. O trabalhador precisa de emprego. Estamos com 14 milhões de desempregados", argumentou. Sobre a reforma da previdência, sua defesa se baseia no déficit, apregoada pelo governo federal como insuficiente para bancar, já num futuro próximo, pensionistas e aposentados.
Sobre o atual cenário político, Estevam Galvão conta que, mais do que antes, a população passou a cobrar ações de representantes do Executivo ou Legislativo. "A classe política está desacreditada e a culpa é dela própria; você só vê desmandos e roubalheira", destacou, acrescentando que a população é quem poderia mudar isso. "O povo tem a arma na mão: o título de eleitor". Este, por sua vez, na avaliação de Galvão, deveria, antes de votar, analisar a história do político, sua conduta e comportamento, sem se deixar influenciar por campanhas publicitárias. "Votando corretamente, muda-se esse estado de coisas, vira-se a página deste momento que vivemos", frisou.
Atuação parlamentar
Mais do que simplesmente fiscalizar os atos, Galvão acredita que o papel do parlamentar é o de assessorar o Executivo, colaborando para a aprovação de projetos que beneficiem o Estado. Nesse sentido, exemplificou com a Lei Específica Alto Tietê Cabeceiras, aprovada pela Assembleia em setembro de 2015 e regulamentada em junho do ano passado.
Esta Lei 15.913 refere-se à área de proteção e recuperação dos mananciais do Alto Tietê Cabeceiras. Junto com esta norma, foram aprovadas emendas apresentadas pelo deputado. Uma delas garante a criação do Corredor Industrial na Rodovia Índio Tibiriçá (SP 31), em Suzano.
Abra-se aqui um parênteses. A cidade onde Estevam Galvão iniciou carreira política sempre mereceu sua atenção " apesar de que considere como base eleitoral a região do Alto Tietê e Vale do Paraíba. "Sou de Garça, mas construí minha vida em Suzano. Fui operário, servente, passei a auxiliar de escritório, tenho minha carteira profissional até hoje. Candidatei-me a vereador em 1972 e fui o mais votado, para minha surpresa. Isso alavancou minha candidatura a prefeito", relembrou ao se referir ao primeiro mandato, de 1977 a 1982.
Para Suzano, dentre a infinidade de pleitos, o parlamentar destacou o Poupatempo, que atende hoje 2.500 pessoas; o Hospital das Clínicas, com previsão de entrega ainda no final do primeiro semestre deste ano; a alça de acesso do Rodoanel para a cidade, na Estrada de Fernandes; e a segunda passarela para pedestres na estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Quanto a leis de sua autoria, Galvão citou o Programa da Boa Visão e a Black Fraude. A primeira destina-se à prevenção e recuperação da saúde ocular de alunos do ensino fundamental da rede pública. A Black Fraude determina que todos os produtos e serviços promocionais, comercializados em lojas físicas ou pela internet, devam conter, obrigatoriamente, o histórico de preços dos últimos seis meses, levando em consideração a média de preços praticada em cada mês.
Este PL (986/15) foi aprovado pela Assembleia, mas vetado pelo governador. Entretanto, segundo ele, a divulgação e o debate com órgãos setoriais como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio/SP), fizeram com que, voluntariamente, as empresas passassem a divulgar o histórico de preços praticados um ano antes.
CPI da Merenda
Assim como considera relevante ter sido o relator do Orçamento em seu primeiro mandato como deputado (1995/96), em que atuava como líder da bancada do então governador Covas, Estevam Galvão destacou seu desempenho como relator na CPI da Merenda.
Esta CPI teve a duração de 150 dias, a partir de 2 de junho de 2016. Foram apresentados 214 requerimentos e realizadas 38 oitivas, computando mais de 72 horas de depoimentos. No decorrer dos trabalhos, foi apurada a atividade de uma organização criminosa que atuava na venda de produtos de gêneros alimentícios em todo o Estado. Pequenos produtores familiares, assim como o erário estadual e entes municipais saíram prejudicados. Entre os crimes apurados, o relator citou a prática de cartel, formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção ativa e fraude em processo licitatório.
Ao final desta entrevista, indagado sobre como se imagina daqui a dois anos, Estevam Galvão respondeu: "dois anos mais velho e com a mesma saúde. Sou são-paulino e igual ao Rogério Ceni. Enquanto tiver saúde, vou trabalhar".
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações