Entrevista com o deputado Chico Sardelli

Verde no partido e verde no time de futebol, o palmeirense e deputado Chico Sardelli (PV) interessou-se por política porque participava de projetos sociais na cidade de Americana. Ao se tornar presidente do Rio Branco Esporte Clube, em 1989, percebeu que levava jeito para a carreira pública. Em seu terceiro mandato como deputado estadual depois de dois como deputado federal, Sardelli fala, nesta edição do Mandato em Pauta, sobre a sua atuação nas áreas de esporte e meio ambiente, além de opinar sobre o futuro político e futebolístico do Brasil.
Como primeiro vice do parlamento, Chico Sardelli assumiu a presidência da Assembleia por 45 dias no início de 2015, quando o então presidente Samuel Moreira (PSDB) renunciou para assumir o cargo de deputado federal. Sardelli foi responsável por conduzir a eleição do novo presidente, Fernando Capez (PSDB), para o biênio 2015/2016.
Ele coordena duas frentes parlamentares na Alesp, a Frente Parlamentar em Defesa das Guardas Municipais do Estado de São Paulo e a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Têxtil e de Confecção do Estado. É também membro da Comissão de Assuntos Desportivos e da Comissão de Transportes e Comunicações, além de vice-presidente da CPI do Detran.
Reformas
A falta de legitimidade do governo do presidente Michel Temer, segundo Chico Sardelli, é o motivo da complicada situação política pela qual passa o Brasil. Ele afirma que as reformas em pauta no país - Reformas Trabalhista e Previdenciária - e as que ainda serão discutidas precisam de um debate amplo e irrestrito com toda a sociedade. "O que eu percebi no governo Temer é uma pressa muito grande em função da vulnerabilidade do cargo. Ele quer promover as reformas ansiosamente para mostrar que o país está andando. Mas não é isso que nós estamos vendo", explica.
Sardelli ressalta a importância e a necessidade das reformas para o Brasil, mas defende a discussão com a sociedade civil organizada para que elas não fiquem restritas aos políticos. O parlamentar afirma que a democracia é fortalecida por todo este processo e acredita em outro regime de governo para o país. "Nós estamos nisso justamente porque a democracia permite que todos falem o que pensam. Eu sou contra o presidencialismo. Nós do Partido Verde defendemos o parlamentarismo. Num regime deste, essa crise não se arrastaria por tanto tempo. Seriam convocadas novas eleições, novo governo e teríamos condição de prosseguir sem o país sofrer tanto", disse.
Meio ambiente e interesse social
Tendo o meio ambiente como uma das bandeiras de seu mandato, o deputado é responsável pela lei que institui o Programa de Proteção e Conservação às Nascentes de Água, e outra que regulariza o destino de embalagens de óleos lubrificantes nos postos de combustíveis. A norma institui que o consumidor dos produtos deve devolver a embalagem ao estabelecimento da compra e este fica obrigado a aceitá-las e armazená-las, respeitando as normas ambientais e de saúde pública.
Ainda no setor ambiental, Chico Sardelli propôs um projeto de lei que torna obrigatório o aquecimento de água por meio da energia solar em todo prédio do governo do Estado de São Paulo ou financiado pelo Tesouro Estadual. Além disso, outra proposta prevê a instalação de cisternas para captação e retenção de águas de chuva em novas construções.
A lei que institui o Dia Estadual do Combate à Violência Contra a Mulher, comemorado em 25 de novembro, é uma iniciativa de Chico Sardelli. De acordo com pesquisa feita pelo Senado Federal, em 2014 mais de 50 mil mulheres sofreram estupro e as ligações para o Disque Denúncia (180) ultrapassaram as 40 mil chamadas. O número de homicídios de mulheres foi ao redor de 5 mil e a taxa de mortes de negras (62%) foi quase duas vezes maior que de mulheres brancas (32%). O deputado Chico Sardelli afirma que a data é um ponto de partida para a conscientização: "Nós não deveríamos precisar de um dia para combater a violência contra a mulher porque essa violência nem deveria existir".
Outras propostas de lei do deputado que priorizam o interesse social sugerem a isenção do pagamento de taxas para idosos maiores de 60 anos em eventos esportivos e obriga empresas de transporte intermunicipal a disponibilizar gratuitamente a rede Wi-fi para uso dos passageiros. Pela norma, a internet deve ser suficiente para atender a todos os viajantes no caso de o ônibus estar transportando a quantidade máxima de pessoas.
Os prejuízos do aspartame para a saúde da população foi o motivo para Sardelli sugerir um projeto de lei que proíbe a comercialização da substância e seu uso nos alimentos e bebidas comercializados no Estado. "Estudos mostram que o aspartame contém produtos altamente cancerígenos na sua composição. Eu fui ler a respeito e me convenci de que é maléfico à saúde", explica.
Futebol e futuro político
Com a Copa do Mundo de 2018 se aproximando, o ex-presidente do Rio Branco Esporte Clube comenta que não existe mais o favoritismo da seleção brasileira. "O mundo evoluiu futebolisticamente, assim como nós evoluímos em outros setores também", diz. Sardelli afirma que o país pode ter vários talentos individuais, mas não é o único a se destacar. "Não temos mais o privilégio de ser o celeiro de grandes craques. Hoje eu vejo a China jogando um bom futebol e a Alemanha como favorita. Mas o nosso país não deixa de ser referência. Em qualquer Copa do Mundo ele está entre os seis que mais se destacaram", conta.
Chico Sardelli ajudou a fundar o Partido Verde na região de Americana e, pela identificação com as lutas e conquistas, pensa em concorrer à reeleição. "Enquanto puder ser útil à minha comunidade, eu não me furtarei a oportunidade de estar presente e ajudando", afirma.
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