Um dos maiores médiuns e oradores espíritas do país, o baiano Divaldo Pereira Franco, de 90 anos, foi homenageado na Assembleia Legislativa com a outorga do Colar de Honra ao Mérito Legislativo. A cerimônia, realizada na noite de segunda-feira (2/10), reuniu, no plenário Juscelino Kubitschek, representantes de federações e entidades espíritas do Estado, além de familiares do religioso. Divaldo dedica a sua vida ao espiritismo há cerca de 70 anos, sobretudo cuidando das crianças abandonadas das periferias de Salvador.

"Sugiro que o povo se ame, em qualquer circunstância, pois o amor é a única solução. Se nós revidamos, se nos armamos, geramos mais violência. Devemos substituir o verbo armar, tirando-lhe a letra r, para poder amar. Na hora em que nós nos amarmos, suavemente, o mundo será melhor e nós seremos melhores. Eu agradeço e aceito a homenagem, mas transfiro-a ao espiritismo. Eu não tenho feito nada mais do que o dever do espírita, que é servir", discursou Divaldo.

"Essa é uma homenagem que se concede a poucas pessoas, e é feita por todos os deputados desta Casa de Leis a um dos principais representantes da doutrina espírita, Divaldo Franco, um menino que, aos 90 anos de idade, viaja sozinho e continua iluminando e cuidando de milhares de pessoas de todo o mundo", disse o deputado Ramalho da Construção (PSDB), autor da homenagem.

Entre os presentes, a presidente da Federação Espírita do Estado de São Paulo (Feesp), Zulmira da Conceição Chaves Hassesian, a presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (Use), Rosana Amado Gaspar, e a vereadora de São Paulo Adriana Ramalho.

Divaldo Pereira Franco

O orador já realizou mais de treze mil conferências, em mais de duas mil cidades em todo o Brasil e em 65 países dos cinco continentes, tendo concedido 1,5 mil entrevistas para rádios e TVs, no Brasil e exterior. Recebeu mais de 600 homenagens de instituições culturais, sociais, religiosas, políticas e governamentais.

Como médium, publicou 255 livros, com mais de oito milhões de exemplares, em que se apresentam 211 autores espirituais, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universais, com versões traduzidas para idiomas de todo o mundo.

Educador, fundou em 1952, na capital baiana, com Nilson de Souza Pereira, a Mansão do Caminho, instituição que acolheu e educou crianças sob o regime de lares substitutos. Em vinte Casas-Lares, educou mais de seiscentos filhos, hoje emancipados, a maioria com família constituída. Na década de sessenta, iniciou a construção de escolas, oficinas profissionalizantes e ambulatórios de atendimento médico.

Atualmente, a Mansão do Caminho, localizada na periferia de Salvador, é um complexo educacional com 83 mil m2 e 52 edificações, que atende, por ano, a cerca de 3,5 mil crianças e jovens de famílias de baixa renda. Mais de 35 mil crianças já passaram pelos vários cursos e oficinas da entidade, mantida basicamente com a venda dos livros mediúnicos e dos dvds gravados nas palestras, seminários, entrevistas e mensagens escritas por Divaldo.