O secretário de Estado da Saúde, Marco Antônio Zago, prestou contas da gestão no primeiro quadrimestre deste ano. Zago substituiu David Uip na pasta em abril passado, após a posse do governador Márcio França. A reunião foi realizada no plenário Tiradentes na terça-feira (5/6).

"A principal missão é dar continuidade ao que já estava sendo feito. É um período de oito meses e de encerramento de governo, então não há nenhuma perspectiva de criarmos alguma coisa grande e programas novos", declarou Zago.

O secretário apresentou resultados positivos do programa "Mulheres de Peito", que oferece exames gratuitos de mamografia. "Ganhou mais quatro unidades móveis para testes preventivos do câncer de mama", e citou o programa "Filho que Ama leva o Pai ao AME", que incentiva os homens a comparecer no Ambulatório Médico de Especialidades (AME) para realizar testes de câncer de próstata.

O deputado Edmir Chedid (DEM), presidente da comissão de Saúde, elogiou o novo secretário. "Ele me pareceu uma pessoa conhecedora do assunto, até mesmo pelo seu currículo, se colocando a disposição dos deputados para informações e audiências públicas, algo que é muito discutido aqui na Casa", disse.

O novo secretário falou também sobre o aumento nos transplantes realizados no Estado. "Houve aumento nos transplantes de rim, de coração, de fígado e um progresso grande no de medula óssea. Não é possível imaginar o país sem o Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo com os seus defeitos ele é viável, o que precisamos é mais apoio do governo federal", declarou Zago.

Sobre a febre amarela, doença que alarmou a população do Estado no começo do ano, Zago afirmou que em 2017 sete milhões de pessoas foram imunizadas, e neste ano já foram cinco até o momento. "A situação está controlada. Um instrumento importante contra ela é a vacinação, e ela precisa ser incentivada por campanhas e pelos veículos de comunicação".

A inauguração de cinco novos hospitais regionais também foi destacada por Zago, entre eles estão os da região de Registro; Litoral Norte e as com concessões Parceria-Pública-Privada (PPP) em Sorocaba e São José dos Campos.

A ampliação de cirurgias cardíacas pediátricas na capital foi destacada. "Tivemos um enorme acúmulo de crianças com problemas congênitos que não tinham onde operar devido a mudanças bruscas de hospitais e tomamos providências para instalar novos Centros de Terapia Intensiva (CTIs). Isso está caminhando relativamente bem", declarou.

Para Zago, a reunião foi importante porque apontou problemas em diversas regiões do Estado. "Nós precisamos conhecer os problemas em cada região porque o Estado de São Paulo é muito grande. Tudo que sirva para trazer informações e demandas é importante", disse.

Hospital Universitário da Universidade de São Paulo

O deputado Carlos Neder (PT) levantou questões relacionadas ao Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HMUSP), que segundo ele, sofre um processo de desmonte. Zago não respondeu, alegando que não cabe mais a ele apontar os problemas da instituição.

"Da mesma forma que a secretaria tem que dialogar com o serviço privado filantrópico e lucrativo, deve também com os hospitais universitários", disse Neder, que cobrou propostas para os hospitais que lidam com a formação de alunos, com pesquisa e extensão. "Como eles vão dialogar com o Estado e com o município que trabalham dentro da lógica do SUS?", questionou Neder.

"Seria deselegante da minha parte manifestar-me sobre isso, porque tenho opinião, histórico e até propostas para solucionar o problema, mas não cabe a mim tomar essas iniciativas, e sim ao reitor atual", declarou Zago.

O HMUSP atende principalmente a região do Butantã e zona oeste da capital, habitada por cerca de 500 mil pessoas. "O que se pode esperar de um secretário do Estado da saúde, que enquanto esteve reitor da USP acabou com o HMUSP? Eu não espero nada, ele vai acabar com a saúde do Estado e mais uma vez quem vai arcar com as consequências é a população", disse o membro do coletivo Butantã na Luta, Mário Balanco.

A prestação de contas dos secretários de Estado na Alesp é prevista no artigo 36, § 5º, da Lei Complementar nº 141, de 2012, e no artigo 52-A da Constituição do Estado de São Paulo.

Além dos citados, estiveram presentes os deputados Alencar Santana e Marcos Martins (ambos do PT); Carlão Pignatari, Hélio Nishimoto, Pedro Tobias e Roberto Massafera (todos do PSDB); Carlos Giannazi (PSOL); Cezinha de Madureira (PSD); Davi Zaia (PPS); Doutor Ulysses (PV); Milton Vieira (PRB) e Orlando Bolçone (PSB).