FuncionAL - Com vocês, Pereira




José Pereira Sobrinho teve sua vida próxima ao fio da guilhotina; longe do perigo, no entanto. Pereira, como é conhecido, atuou por 36 anos na rotina da gráfica da Alesp, principalmente como cortador bloquista, até se aposentar em abril de 2016. "Digo que, para não ter frustração, minha aposentadoria saiu no feriado!", brinca.
Foram muitas as experiências profissionais " motoboy de banco, metalúrgico e tecelão ", mas foi na gráfica que Pereira encontrou a paixão. Mesmo sem nenhum conhecimento na área, ele investiu na profissão pela curiosidade. "Eu estava no meu horário de almoço no Bom Retiro quando ouvi um barulho alto, em uma loja que tinha uma placa de vaga de ajudante. Entrei, conversei com o gerente, e acabei sendo contratado", explica.
A sua chegada até a Assembleia, no entanto, foi conturbada. Pereira cogitou não conseguir o cargo. De 1975 a 1979, trabalhou em outras duas gráficas: uma terceirizada pela Secretaria da Fazenda e outra em um pequeno estabelecimento no Belém. A proposta para a Alesp chegou no final de 1979, quando foi convidado por indicação da secretaria. "Disse ao meu atual patrão que iria resolver um problema no Ibirapuera e acabei sendo contratado, mas demoraram três meses para oficializar. Pensei: "deu zebra"."
Aos 25 anos, Pereira havia sido contratado como cortador bloquista. "Eu nunca me esquecerei dos detalhes desse dia. Guardo na memória a data e o horário até hoje: às 14h30 em 27 de março de 1980", conta. A partir desse momento, ele ficou responsável pelo corte e por dar acabamento às produções gráficas que saíam da Alesp, como livretes e jornais sobre atividades e atuações parlamentares.
Ele relembra as transformações ocorridas na gráfica, como a própria localização. Até 1984 " ano em que o prédio anexo foi inaugurado " as instalações ficavam no andar subsolo, onde atualmente ficam bancos e serviços à população. "Antigamente era ali que ficava a peãozada", brinca.
Pereira também enxerga grandes mudanças no processo de produção. Das grandes impressoras manuais, ao processo digitalizado e informatizado. Antes dos computadores, as laudas desciam do 6º andar do Palácio 9 de Julho até a gráfica, onde era feita a composição, a revisão e a impressão com o fotolito, trabalho que movimentava 36 pessoas; hoje existem apenas oito. "Ao fazer a revisão já era necessário repetir toda a operação. Era tudo na unha, se existia algum erro era preciso recortar, modificar e reintroduzir com fita. É algo que só vivendo para se entender completamente. Considero que atualmente a qualidade do trabalho seja a mesma, mas a quantidade reduziu demais", declara.
Por 19 anos, até 1999, Pereira permaneceu como cortador bloquista. Naquele ano, foi promovido a supervisor " cargo no qual se manteve por 10 anos e que considera um marco durante seu trabalho na Alesp. "Eu era registrado, no entanto, como assistente administrativo, porque não existia a supervisão. Eram duas vagas de chefia, e, na hierarquia eu era o segundo, então me chamavam de chefinho", sorri. "Foi um período muito bom da minha vida, não só pela adição financeira, mas porque eu fazia o que gostava", complementa.
A partir de 2009, voltou ao cargo original, e, de 2013 a 2016, cumpriu o abono permanência antes de se aposentar. Ter prazer na sua atuação foi o motivo pelo qual Pereira nunca pensou em abandonar a profissão e a Assembleia.
A aposentadoria não foi um período tranquilo para Pereira, como a maioria das pessoas poderia pensar. Acostumado a trabalhar desde os oito anos de idade, preparou-se durante o abono para a calmaria da aposentadoria, o que não deu muito certo. "Fiquei 10 meses parado e foi horrível. Senti falta do ambiente da Alesp e da rotina. Eu falo que a gente acaba virando burro de carga e começa a gostar. Não consigo ficar à toa", diz.
Durante os meses parado, ficava em casa, cuidando dos netos e vendo televisão. "Depois do almoço eu não sabia se cochilava ou ficava acordado, e quando chegava a noite eu não sentia sono. Comentei para a minha esposa que não dava mais para ficar assim", relata.
E não ficou. Em 2017, seu filho abriu uma pastelaria e Pereira foi ajudá-lo. "Antes eu ia lá três vezes na semana, agora vou de segunda a sábado", conta, animado.
Da experiência vivida na Assembleia, Pereira lembra com orgulho e satisfação. "A Alesp foi tudo para mim, tanto profissionalmente, quanto financeiramente. Foi uma loucura na criação de três filhos, mas consegui cuidar deles, ter uma casa própria e um carro. Existem prós e contras, mas o que for de bom eu filtro e o de ruim descarto. Sempre quando aparece alguma reportagem sobre a Assembleia eu aumento o volume. Sinto que fiz parte. E ainda faço", afirma.
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