Representantes de 32 entidades ligadas ao transporte metroviário debateram no Plenário Dom Pedro I da Alesp nesta terça-feira (25/6), assuntos como a questão do ferroanel do Trecho Norte que ligará o bairro de Perus, na zona oeste de São Paulo até a cidade de Itaquaquecetuba, totalizando 53 quilômetros de ferrovia.

Outro tema discutido na primeira reunião da Frente Parlamentar do Transporte Metroviário foi o Trem Intercidades, que partirá da Estação Barra Funda, na zona oeste da capital paulista e irá até Campinas, com parada em Jundiaí. Ao todo serão 102 quilômetros de via e, segundo especialistas, com tempo de viagem estimado em sessenta minutos.

"Esta é uma importante frente parlamentar que irá nos trazer conhecimento junto a um grupo de inteligência que a compõe, além do apoio do instituto de engenharia de São Paulo. Uma de nossas prioridades é a construção do Trem Intercidades, mas também temos tratado sobre as obras do Metrô, principalmente da linha seis. São temas que vão trazer melhorias ao povo paulista e paulistano", argumentou o deputado Ricardo Madalena (PL), presidente da frente.

Para Vicente Abate, presidente da ABIFER, Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, a reunião foi importante para o desenvolvimento econômico do setor. Segundo ele, mesmo com crescimento no volume de produtos e pessoas transportadas, a produção de equipamentos férreos teve, no ano passado, seu pior desempenho.

Apesar disto, segundo Abate, o momento da indústria ferroviária não é de desespero. "Ao contrário do que disseram na reunião, de que o sistema férreo estava agonizando, ele não está. Está com sua capacidade pouco utilizada e ociosa em 60%. Principalmente na área de vagões de carga, como trem de passageiros", explicou.

Outro tema discutido foram as condições das rodovias no Estado de São Paulo. Para os especialistas, as malhas rodoviárias estão entrando em "colapso" e a saída seria resgatar as ferrovias que, no século passado, eram usadas na mesma proporção das rodovias.

Emiliano Stanislau Affonso Neto, diretor da Associação dos Engenheiros e arquitetos do Metrô ressaltou a importância de envolver a sociedade nesta discussão e ir além sobre o debate de mobilidade na cidade de São Paulo. "A Assembleia tem que envolver a comunidade como um todo. Aqui em São Paulo não temos uma boa mobilidade que além de trazer prejuízos, não gera emprego. Precisamos de uma metro-ferroviária equilibrada. Precisamos da volta dos trens regionais", finalizou.