Pró-reitores de pesquisa da Unesp e da Unicamp compareceram na manhã desta segunda-feira (9/9) na Assembleia Legislativa para prestar esclarecimentos na CPI da Gestão das Universidades Públicas. A convocação dos pró-reitores foi solicitada pela deputada Carla Morando (PSDB), sub-relatora de pesquisas, viagens e diárias da CPI.

O primeiro a ser ouvido foi Carlos Frederico de Oliveira Graeff, pró-reitor de pesquisa da Unesp. Graeff destacou que as pesquisas realizadas na Unesp têm grande repercussão na área acadêmica, com publicação em revistas prestigiadas mundialmente, como a "Science" e a "Nature".

O pró-reitor informou que a Unesp tem 17 fundações ligadas às universidades. Essas fundações são usadas para captação de recursos privados das pesquisas, devido à agilidade para utilização desses recursos. O deputado Paulo Fiorilo (PT) indagou se há auditoria desses recursos pelo Tribunal de Contas do Estado. A assessoria do pró-reitor afirmou que todos os recursos públicos da Unesp e das fundações são auditados pelo TCE.

O pró-reitor destacou ainda que estão previstos cortes da ordem de 50% na Capes, fundação vinculada ao Ministério de Educação que fomenta pesquisas acadêmicas. "As três universidades públicas paulistas estão sofrendo fuga de cérebro. São milhões investidos para formar os docentes. Essas pessoas vão gerar conhecimento em outros países, isso é uma tragédia de médio e longo prazo", disse o pró-reitor.

Em seguida, apresentou-se o pró-reitor de pesquisa da Unicamp Munir Salomão Skaf. Ele ressaltou que existem mais de 35 mil universidades do mundo - a Unicamp estando entre as 400 melhores. "Estamos entre as 1,5% melhores do mundo." Skaf declarou que "as pesquisas realizadas nas universidades geram impactos intelectuais, pois tornam os homens mais sábios; sociais, pois tornam a sociedade melhor e econômicos, com geração de riqueza, produtos, processos e empregos".

A deputada Valeria Bolsonaro (PSL) citou uma pesquisa que está sendo realizada há 20 anos na área de educação infantil e, segundo ela, não tem nenhuma aplicabilidade. "É preciso avaliar a qualidade dessas pesquisas", afirmou a parlamentar.

O presidente da CPI, deputado Wellington Moura (PRB), informou aos deputados que o prazo para os sub-relatores apresentarem seus relatórios é o dia 2 de outubro.

Estavam presentes, além dos citados, os deputados Arthur do Val e Daniel José.