Em ambiente virtual, a Subcomissão da População em Situação de Rua da Assembleia Legislativa se reuniu com membros de organizações de defesa dos Direitos Humanos, para discutir o papel do Poder Público na proteção das pessoas sem moradia. O ato solene foi convocado pela deputada Beth Sahão (PT).

De acordo com o censo de 2019 da Secretaria da Assistência Social da capital paulista, o número da população em situação de rua aumentou 53%, totalizando mais de 24 mil pessoas. Porém, segundo um dos integrantes do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), Darci Costa, esse número pode ter chegado a 33 mil em julho de 2020.

A principal razão para esse aumento, segundo ele, é mesmo a falta de moradia. Outro integrante do MNPR, Anderson Miranda, comentou o Projeto de Lei 529 de autoria do governador João Doria, que pretende extinguir a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). "Acabar com o CDHU, é pôr fim à esperança da população de rua de ter uma moradia. É responsabilidade do Estado garantir esse direito", disse Miranda. De acordo com informações da Secretaria de Estado da Habitação, atualmente, há mais de um milhão de pessoas sem moradia e mais de três milhões em condições de habitação precárias.

A deputada Beth Sahão disse que faltam investimentos em medidas de acolhimento para a população em situação de rua, como casas de abrigo e estabelecimentos que possam garantir o bem-estar para essas pessoas. "A ausência de políticas públicas sociais e de segurança, impede que a cidadania seja promovida". Ela comentou também que a Alesp precisa se envolver nas discussões de moradia.