Opinião - O momento não é para radicalismo

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22/04/2021 10:17 | Atividade Parlamentar | *Alex de Madureira

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O momento não é para radicalismo. Um ano de mudanças. Um ano de adaptações. Um ano enfrentando o desconhecido. A pandemia do Coronavírus vem assolando o planeta e, se a vida já não andava muito fácil, parece que tudo ficou um pouco mais complicado.

A sociedade vive o desmantelamento das relações sociais que já estavam desgastadas, aflorando os já exaltados ânimos das pessoas. As posições extremistas chegam a comprometer o aparecimento de soluções eficientes para a contenção da Covid-19. Estamos diante de uma questão complexa. Tenho certeza de que se todos estivessem na mesma mesa, em sintonia, debatendo ideias e buscando soluções, os caminhos se desenhariam com maior facilidade. Parece que todo mundo, em todas as situações, está agindo no limite da radicalidade.

O agravamento do extremismo entre as diversas camadas sociais, e, para piorar, concentrada em dois lados contrários que se tratam como inimigos, coloca em risco muitos avanços. A polarização não colabora com a construção de um debate saudável de ideias, de opiniões, de sugestões. É nas ocasiões de grandes dificuldades que deveríamos manter o espírito colaborativo. Infelizmente, não é o que vem acontecendo no Brasil. Essa síndrome é um exemplo de como as variáveis humanas são diversas e como a necessidade de sermos resilientes nos diz respeito agora nas relações com nossos pares e com todos aqueles que nos cercam.

Bem como os sintomas de Covid-19 que são altamente mutáveis, variando de um quadro estável para altos riscos de morte, essa doença abre diversas possibilidades para planejarmos estratégias de ações de combate, refletirmos sobre alternativas e corrigir os rumos enquanto ainda há tempo. Por que isso ainda não está ocorrendo? Entendo que não há convergência onde existe algum extremismo. A intolerância contribui para aumentar as divergências. Portanto, esse é o momento em que devemos discutir soluções de forma saudável, preferencialmente inovadoras e comprometidas com as principais questões sociais ligadas ao respeito aos cidadãos, principalmente, aos mais carentes e afetados por essa situação mundial.

Discordar é saudável, bem como debater e tentar apresentar nossas ideias e posições, mas não podemos não respeitar a posição dos outros, mesmo não concordando com o pensamento contrário.

De tudo o que venho acompanhando, parece que o assunto não está sendo tratado da maneira mais serena como deveria. O momento atual é complexo e há muito a se fazer. Temos um senso de urgência que compete com o individualismo, impedindo um olhar sensato. Sem contar a infinidade de desinformação que prejudica demais o andamento dessa situação já complexa. Não é possível ignorar a dimensão de um problema tão grave e que afeta diretamente a vida de todas as pessoas de forma brutal, abruta e repentina.

Devemos - e precisamos urgentemente - criar alternativas à polarização. As vicissitudes que fogem às apresentadas acabam sendo invalidadas e isso já vimos que não tem funcionado. Precisamos gerar consenso entre todas as partes. Só assim caminharemos em direção a soluções. Para que isso aconteça o grande desafio hoje é conviver harmoniosamente e respeitando a posição dos outros indivíduos.

Não quero dizer que temos que pensar igual e nem aceitar esses posicionamentos, mas temos a obrigação de respeitar. As questões e posturas político-sociais são elementos formadores da sociedade e que devem ser considerados no contexto pandêmico no qual vivemos. Onde houver exagero e radicalismo, com certeza, as oportunidades de sucesso serão menores. Vamos nos unir para pensar comunitariamente, olhar o próximo e entender o que é possível para somar nessa luta pela vida.

*Alex de Madureira é deputado estadual pelo PSD e representa a região de Piracicaba na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

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