O Acervo Artístico da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo deve concluir a maior catalogação de sua história em outubro. Uma equipe já trabalha há oito meses pesquisando, higienizando, catalogando, fotografando, embalando e acondicionando as 1.502 obras presentes na coleção do Palácio 9 de Julho.

Nesta terça-feira (17/8), é celebrado o Dia do Patrimônio Histórico, data instituída em 1937, quando o governo federal criou o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Esse dia foi escolhido por conta do nascimento do jornalista e historiador Rodrigo Mello Franco de Andrade (Belo Horizonte, MG - 1898-1969).

Durante o processo de catalogação, a equipe se surpreendeu com a relevância de parte das obras e com a presença de artistas renomados no acervo, como Yutaka Toyota e Agi Straus.

Toyota é um pintor, escultor, desenhista, gravador e cenógrafo nascido em Tendo, no Japão, no ano de 1931. Em 1963, o artista veio para o Brasil, onde desenvolveu sua arte e ganhou renome, conquistando vários prêmios, como o de melhor escultor pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), em 1991.

Já Agathe Deutsch, conhecida pelo nome artístico Agi Straus, nasceu em Viena, na Áustria, em 1926. A artista veio para o Masp (Museu de Arte de São Paulo) em 1952 para estudar e aperfeiçoar suas técnicas. Em São Paulo, Straus realizou quase 40 exposições.

Cecília Machado, museóloga responsável pelo trabalho com o acervo, comentou a importância dos trabalhos encontrados durante a catalogação. "Tivemos a percepção de que temos diversas obras muito relevantes historicamente e artisticamente", afirmou.

"De 1.502 obras, temos cerca de 40% que são de artistas renomados e de valor artístico e histórico, mas também temos obras de artistas não tão renomados, que têm um valor artístico muito bom", completou a museóloga.

Pinturas e esculturas passaram por um trabalho de restauração. Na etapa de registro fotográfico do acervo, uma das obras, "O Leque", de Sara Belz, teve que ser aberta em espaço amplo da Assembleia, em razão do seu tamanho.

Após a conclusão do trabalho, a Curadoria da Alesp organizará exposições permanentes para apreciação das obras de artes.

Acervo artístico

Criado no dia 29 de agosto de 2002 com 71 obras, o Acervo Artístico da Assembleia abriga outros trabalhos renomados, como esculturas de Emanoel Araújo, pinturas de Mario Gruber, gravuras da galeria de arte Glatt & Ymagos e uma coleção de fotografias enviadas pelo MAM (Museu de Arte Moderna).

Segundo Cecília Machado, a maioria das obras foram doadas pelos próprios artistas que, após realizarem exposições no Palácio 9 de Julho, deixaram algumas de suas criações na Casa.