O Partido dos Trabalhadores (PT) compõe a segunda maior bancada da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Nesta penúltima reportagem da série especial que apresenta os partidos que formam a Alesp, vamos mostrar o trabalho dos dez parlamentares petistas: Dr. Jorge do Carmo, Emidio de Souza, Enio Tatto, José Américo, Luiz Fernando, Márcia Lia, Maurici, Paulo Fiorilo, Professora Bebel e Teonilio Barba.

O Partido dos Trabalhadores é nacionalmente conhecido pela participação em movimentos sociais e pela defesa do poder popular. Em seu estatuto, afirma que a organização interna do partido "expressa o compromisso com a igualdade e a liberdade".

O partido foi criado no ano de 1980, em meio a uma série de manifestações lideradas por trabalhadores e militantes de esquerda. A luta por reivindicações sociais era a principal bandeira de seus integrantes na época e segue até os dias atuais.

Em São Paulo, a organização da bancada do PT parte do diretório estadual e passa pela realização de reuniões semanais, para que seus integrantes possam discutir as posições que adotarão e os projetos que serão apresentados.

A líder da bancada, deputada Professora Bebel, explica que além de encontros para tratarem de assuntos relacionados ao trabalho legislativo, os deputados também se reúnem periodicamente com lideranças e representantes de outras instâncias do partido para traçarem objetivos em comum.

"Buscamos analisar e firmar posição sobre os principais projetos em tramitação na Casa, bem como as necessárias articulações com os movimentos que cada deputado, deputada e o conjunto da bancada representam", disse.

O deputado Maurici conta que as discussões da bancada seguem assuntos em comum. "Os critérios são privilegiar a democratização do Estado e a criação de políticas públicas que garantam respeito aos direitos humanos e dos animais, à diversidade e a redução das desigualdades sociais e econômicas", disse.

Bandeiras

No parlamento paulista, os representantes do partido convergem no ideal das lutas populares. "A decisão de entrar para o PT é ideológica, de um partido que defende os que mais precisam e que tem ao longo dos anos apresentado propostas para esse seguimento", conta o deputado Paulo Fiorilo.

O parlamentar ingressou no partido ainda em seu surgimento, nos anos 80. "Escolhi o Partido dos Trabalhadores por que ele amalgamava as tradições e ideários dos partidos socialistas, as lutas sindicais e os movimentos sociais por melhores condições de vida e enfrentamento ao regime autoritário, além do legado das comunidades eclesiais de base", disse.

Fiorilo é presidente da Comissão de Relações Internacionais, criada em 2020 para fomentar a integração de representações internacionais com o Estado. "Minha principal pauta é o desenvolvimento econômico regional. Temos dialogado com cônsules do Estado e com prefeitos e vereadores", disse.

A deputada Professora Bebel é também presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e conta que além do direito a serviços públicos de qualidade, trabalha pela valorização dos profissionais da educação. "A educação é o caminho para uma sociedade de direitos e justiça social", afirmou a líder da bancada.



Já a deputada Márcia Lia é vice-presidente da Comissão de Defesa e dos Direitos das Mulheres, além de integrar a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais. Sua principal reivindicação atualmente é para aprovação do Projeto de Lei 574/20, que estende a famílias homoafetivas o acesso a serviços públicos.

Em seu primeiro mandato, o deputado Dr. Jorge do Carmo é presidente da Comissão de Infraestrutura, e tem como uma de suas principais bandeiras a luta por moradia para todos. "Tenho essa luta como uma das prioridades do nosso mandato, tanto em razão do déficit habitacional no Estado, como pela questão da defesa desse direito previsto inclusive em nossa Constituição", afirmou.

O parlamentar conta também que todos os deputados da bancada têm em comum a luta pelos direitos do funcionalismo público. "Minha luta, que é a mesma dos demais deputados do PT, é para que possamos pautar e votar na Alesp propostas que beneficiem a população e valorizem os servidores estaduais", disse.

Oposição

Os integrantes do PT se afirmam como oposição ao governo estadual atual, mas não descartam a articulação com parlamentares de diferentes bancadas. "Procuro articulação com parlamentares cujos pontos de vista convirjam com os meus. Privilegio o debate com minha bancada, mas não excluo a aproximação com deputados e deputadas de quaisquer partidos", afirmou Maurici.

Alinhada com seus colegas de partido, a deputada Márcia Lia acredita que a busca pela redução das desigualdades deve guiar as ações do poder público. "Penso que o Estado tem de ser fomentador de desenvolvimento econômico e social. Não concordo com o desmonte de políticas públicas e serviços como os realizados pelo governo", afirmou.

Para a parlamentar, o Plenário da Assembleia Legislativa deveria pautar mais proposições deste teor. "Temos um conjunto de bons projetos, não apenas na bancada do PT, mas de outras bancadas, que contribuiriam demais com a sociedade, mas nem sempre são colocados na pauta", disse.