Professor da UFRN traça paralelo entre pedagogias de Freinet e Freire

As matérias da seção Atividade Parlamentar são de inteira responsabilidade dos parlamentares e de suas assessorias de imprensa. São devidamente assinadas e não refletem, necessariamente, a opinião institucional da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
16/09/2021 12:52 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

Compartilhar:

Flavio Boleiz: diálogo é fundamental para Freire e Freinet<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2021/fg274047.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Em 1996, a PUC-SP realizou uma cerimônia para celebrar o centenário de Célestin Freinet, o anarquista francês que, enquanto professor primário, foi o precursor do movimento das chamadas escolas democráticas. Entre os palestrantes estava Paulo Freire, que, perguntado sobre o que pensava do colega francês, respondeu, em tom de brincadeira: "Freinet é meu primo. Ele é o primo rico e eu sou o primo pobre. Eu quero aprender a fazer com os adultos aquilo que ele fazia com as crianças".

O episódio foi contado por Flavio Boleiz, professor da UFRN convidado pelos parlamentares do PSOL Carlos Giannazi (deputado estadual) e Celso Giannazi (vereador da capital) para participar, em 9/9, de live em comemoração ao centenário de Freire.

Uma das semelhanças entre os dois educadores, conforme destacou Boilez, é a importância que dão ao diálogo. Ambos defendem que as conversas com os alunos devem ser estimuladas, pois é a partir delas que serão construídos não apenas os eixos temáticos, mas também o próprio vocabulário a ser desenvolvido. "Com as palavras mais pronunciadas nesse diálogo com os educandos será feito o trabalho de alfabetização", explicou.

Instado por Luciene Cavalcante a falar sobre a amorosidade na obra de Paulo Freire, Boleiz ressaltou que o pedagogo pernambucano nos deixou um legado de escritos e de exemplos. E, entre os exemplos de amorosidade, lembrou que Freire, quando foi secretário de educação, fez questão de visitar todas as 500 escolas de São Paulo e conversar com os funcionários, professores, alunos e familiares. Essa escuta atenta foi a base de uma grande reforma que substituiu o ensino seriado por três ciclos de aprendizado, adequados à idade e à fase de desenvolvimento das crianças.


alesp