Ato solene realizado nesta sexta-feira (01/10) na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo debateu a luta dos trabalhadores de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) e Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatecs) para seguirem com trabalho remoto durante a pandemia. O evento foi organizado pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) e contou com a presença de trabalhadores do Centro Paula Souza (CPS).

Na abertura do evento, o deputado Carlos Giannazi falou sobre o assunto que foi tratado. "Nossa audiência pública em apoio à greve sanitária dos alunos, professores e funcionários das Etecs e Fatecs do Estado de São Paulo, que estão fazendo uma greve heroica em defesa da vida, da saúde pública, é uma das greves mais nobres que existe, não é nem por questão salarial e sim em defesa da vida, em defesa da vida dos profissionais de educação, porque a pandemia não acabou, com média de 700 a 800 pessoas morrendo por dia", disse.

A Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos (Sintep) Silvia Lima, explicou a situação da crise sanitária em salas de aula e o motivo da greve. "O que precisamos denunciar é que as pessoas se declararam em greve sanitária porque não há estrutura dentro das nossas unidades que permita o cumprimento do protocolo sanitário, não há entrega do equipamento de proteção individual para os trabalhadores, não há equipes de limpeza para fazer a efetiva limpeza dos ambientes. E esse retorno das atividades presenciais é mentiroso, porque são poucos os alunos que estão indo presencialmente", falou.

A professora da Etec Aprígio Gonzaga, Sirlene Maciel, comentou sobre as condições das Etecs e Fatecs para a volta das aulas presenciais. "O Centro Paula Souza não tem estrutura, não tem as mínimas condições para fazer um retorno presencial, não tem equipamento, não tem funcionário, é um trabalhador fazendo serviço de quatro, e o professor que retorna tem que passar pano nas salas, observar se os alunos estão de máscara, dar aula presencial e na online utilizando seu próprio celular", disse.

O estudante da Fatec Campinas Matheus Oliveira Colaço, representando os alunos, falou sobre a falta de comunicação para a volta às aulas presenciais. "A Fatec tem plena maturidade por parte de seus professores, funcionários e alunos para decidir em termos de saúde pública e de qualidade de ensino qual momento retornar as aulas presenciais, e isso não foi feito, nós que criamos petições e encaminhamos para a representante do Centro Paula Souza, mas ninguém nos ouviu e no fim só mandaram um e-mail avisando que seria encaminhado uma verba para as Fatecs para adequar a faculdade e receber os alunos novamente", disse.

Finalizando o evento, o deputado Carlos Giannazi falou sobre a proposta concreta de ação, pedir a convocação imediata da superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá, para explicar a perseguição e a tentativa de expor a vida das pessoas.