Live-show de Chico César encerra mês de homenagens a Paulo Freire

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04/10/2021 13:10 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Carlos Giannazi e Chico César<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2021/fg275331.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"Os sem amor, os sem teto / Os sem paixão sem alqueire / No peito dos sem peito uma seta / E a cigana analfabeta / Lendo a mão de Paulo Freire." O trecho da canção "Béradêro", composta por Chico César na segunda metade dos anos 1980, traduz em poesia uma das mais célebres frases da teoria freiriana: "A leitura de mundo precede a leitura da palavra". Os versos também dialogam com a dedicatória de Pedagogia do Oprimido, feita aos "esfarrapados do mundo e aos que neles se descobrem". A homenagem de Chico César foi feita décadas antes de o pedagogo ser consagrado Patrono da Educação Brasileira, o que viria a acontecer somente em 2012, quando a presidenta Dilma Roussef sancionou o projeto de lei da deputada federal Luíza Erundina, apresentado em 2005.

Essa foi uma das razões que motivaram o convite a Chico César para que, em 30/9, encerrasse com uma live-show o mês de celebração do centenário de Paulo Freire, organizado pelos mandatos dos parlamentares do PSOL Carlos Giannazi (deputado estadual) e Celso Giannazi (vereador da capital). Além de "Béradêro" - que ele explicou ser um aboio, canto típico dos vaqueiros nordestinos para tocar o gado -, Chico cantou vários sucessos, como "À Primeira Vista"; "Pensar em Você"; e "Deus me Proteja". Entre as canções, algumas com o forte cunho político que caracteriza o trabalho do compositor, como "Pedrada" e "Reis do Agronegócio", esta em parceria com o letrista Carlos Rennó.

Em memória às vítimas da Covid - e do descaso dos governos -, Chico César musicou o poema "Inumeráveis", de Bráulio Bessa, cuja letra percorre o alfabeto, de André a Zulmira, nomes que representam as 600 mil vidas perdidas na pandemia: "Se números frios não tocam a gente, espero que nomes consigam tocar", diz o refrão.


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