Deputadas da Alesp falam sobre atuação das mulheres na ciência e igualdade de gênero

Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é celebrado nesta sexta-feira
11/02/2022 13:29 | Celebração | Matheus Batista

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Imagem ilustrativa (fonte: Governo do Estado de São Paulo)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-02-2022/fg281847.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nesta sexta-feira (11/2), é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, data criada para conscientizar sobre a necessidade da inserção de mulheres na comunidade cientifica. Estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2015, a data celebra os feitos de mulheres cientistas ao longo da história, além de tratar da disparidade entre profissionais do sexo masculino e feminino em áreas da ciência e tecnologia.

De acordo com o Relatório de Ciências da Unesco, em todo o mundo, as mulheres representam apenas 28% dos graduados em engenharia e 40% dos graduados em ciência da computação e informática.

Para a deputada Marina Helou (Rede), que é vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de São Paulo, a participação do Poder público na inserção de mulheres na ciência é fundamental. "Precisamos garantir que todos tenham acesso para desenvolver seu potencial. Uma sociedade com mais equidade, é uma sociedade melhor para todas as pessoas", disse.

Ainda de acordo com a Unesco, mulheres representam apenas 33,3% de todos os pesquisadores em universidades, e essas tendem a ter carreiras mais curtas e menos bem pagas.

Helou conta que tem na Comissão de Ciência e Tecnologia a possibilidade de levar o debate diretamente às universidades. "A gente tem um papel muito importante, reitores das principais universidades de São Paulo prestam contas à comissão. É a oportunidade de questionar, de avançar com políticas públicas e propor pautas importantes", afirmou.

Em mensagem transmitida no último ano, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, afirmou que "promover a igualdade de gênero no mundo científico e tecnológico é essencial para a construção de um futuro melhor."

A deputada Dra. Damaris Moura (PSDB) é presidente da Comissão de Defesa e dos Direitos da Mulheres da Alesp. Para a parlamentar, a presença feminina na Assembleia é um ambiente de esperança. "Eram nove mulheres na legislatura anterior e hoje temos 18 mulheres, creio que as mulheres podem ocupar todos os espaços que lhes forem possíveis", disse a deputada. "É uma perspectiva que se apresenta de que todas [as mulheres] estão se encorajando", afirmou.

Damaris também integra a Comissão de Ciência e Tecnologia, e destaca a importância de ações de incentivo do Estado. "Existem projetos importantes nas principais universidades de São Paulo relacionado ao ingresso e destaque da mulher cientista. Isso precisa ser ampliado e valorizado", afirmou.

Covid-19

As mulheres representam 70% de todos os profissionais de saúde, desde a pesquisa até a linha de frente de combate ao coronavírus. Durante a pandemia, a presença dessas profissionais foi crucial pra o controle da doença.

No Brasil, foram as pesquisadoras Jaqueline de Jesus e Ester Sabino, ambas de São Paulo, as responsáveis por mapearem o genoma do coronavírus com apenas dois dias do primeiro caso registrado no país, ainda em 2020.

"Temos um potencial imenso e estamos perdendo muito quando ainda vemos uma ciência machista e de difícil acesso para mulheres. As políticas públicas têm que estimular que mais meninas e mulheres reconheçam o seu potencial e contribuam para a sociedade", disse a deputada Marina Helou.

Dra Damaris Moura afirma que "quem usa os serviços de saúde consegue fazer a constatação da presença significativa de mulheres", para a deputada, é preciso dar apoio para essas profissionais, pois "muitas delas acumulam a atividade hospitalar intensa e ainda precisam em suas casas promover todas as outras atividades de dona de casa e mãe", disse.

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