Deputado responsabiliza Estado por morte de professora: negligência e excesso de burocracia

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17/11/2022 09:26 | Atividade Parlamentar | Da assessoria do deputado Carlos Giannazi

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Patrícia Souza, 47, lecionava na Escola Estadual Ermano Marchetti, na Parada Inglesa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2022/fg292139.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O deputado Carlos Giannazi (PSOL) acionou o Ministério Público estadual pedindo a responsabilização civil e criminal do Estado e de seus agentes pela morte da professora Patrícia Souza, que faleceu na fila do Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME). A docente necessitava de uma cirurgia para o tratamento de endometriose, mas, no Hospital do Servidor Público Estadual, onde esteve internada, o procedimento não estava disponível. O hospital, então, lhe deu alta, com um atestado de apenas dois dias.

Em 8/11, muito debilitada, Patrícia foi ao Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME) para pedir a prorrogação de seu afastamento, mas não conseguiu vencer a burocracia. Depois de passar mal, ela foi levada à Santa Casa de Misericórdia, mas veio a óbito logo em seguida. Patrícia tinha apenas 47 anos. Ela lecionava na Escola Estadual Ermano Marchetti, na Parada Inglesa.

"Os governos do PSDB, do Tucanistão, vêm há anos implantado uma política de ódio aos servidores do nosso Estado. Isso vem de longe, mas nessa última gestão, do Doria e do Rodrigo Garcia, isso foi intensificado de tal maneira que o governo estadual está matando os nossos servidores. O que aconteceu com nossa colega Patrícia está acontecendo com milhares e milhares de servidoras e servidores e com seus familiares", afirmou Carlos Giannazi da tribuna da Alesp, em 10/11, referindo-se tanto ao sucateamento do Iamspe como ao excesso de burocracia do DPME.

Uma das "dificuldades" impostas ao funcionalismo que o deputado não consegue admitir é o fato de os atestados e laudos de médicos do HSPE/Iamspe não serem reconhecidos automaticamente pela administração estadual. "O governo quer dificultar ao máximo o acesso dos nossos professores aos tratamentos médicos, às consultas, então vai criando dificuldades. Só que essas dificuldades têm levado à morte de servidores. Agora o Ministério Público terá que agir", afirmou, lembrando já ter acionado o órgão em muitas outras ocasiões, bem como o Tribunal de Contas do Estado, e até mesmo a Organização Mundial da Saúde.

Outro lado

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Hospital do Servidor Público (HSPE) se pronunciou sobre o caso e afirmou que as equipes médicas estão à disposição dos familiares para prestar os esclarecimentos necessários.

"O HSPE informa que a paciente fazia acompanhamento e exames de rotina no ambulatório de ginecologia desde junho de 2019. Em julho de 2022, a Sra. Patrícia passou em consulta no ambulatório de urologia e teve o diagnóstico de infecção urinária. Ela também foi encaminhada ao serviço de ginecologia com suspeita de endometriose, que foi diagnosticada em setembro de 2022, e deu prosseguimento ao tratamento em ambas as especialidades", diz a nota.

O hospital afirma ainda que "em 29 de outubro de 2022, a paciente deu entrada no pronto-socorro da unidade com queixa de dor abdominal aguda e foi realizada a passagem de Duplo J (procedimento clínico composto de um cateter fino flexível utilizado para assegurar o fluxo de urina entre o rim e a bexiga). A paciente teve alta hospitalar em 30 de outubro. Em 3 de novembro de 2022 passou em consulta no ambulatório de ginecologia sem queixas e com agendamento cirúrgico de endometriose para 12 de dezembro, o qual era previsto para ser realizado em conjunto com as equipes de ginecologia e urologia."

alesp