Ocorreu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (26), o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Públicas e Institutos de Pesquisa. Os objetivos do grupo são identificar os desafios da ciência, pesquisa e inovação tecnológica; promover debates sociais importantes sobre essas áreas; e mobilizar o segmento, a fim de dar visibilidade para essas questões. O evento foi solicitado pela deputada Beth Sahão (PT), que também é coordenadora da frente.

Para a coordenadora, a principal expectativa é que o Governo do Estado de São Paulo atenda às demandas do grupo. "É fundamental que haja investimentos públicos, valorização dos profissionais da área e abertura de concursos públicos nas universidades e nos institutos de pesquisa, pois há uma defasagem de mão-de-obra, causada pelas aposentadorias dos servidores destas instituições", explicou Sahão.

De acordo com a parlamentar, será elaborado um calendário com um cronograma de trabalho ao longo do ano. "A agenda de atividades da frente parlamentar será feita a cada 15 ou 20 dias, às quintas-feiras, em colaboração com os cientistas, pesquisadores, diretores e servidores das universidades e dos institutos de pesquisa públicos", pontuou.

Fortalecimento do sistema

Segundo a geógrafa, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) e presidente da Associação dos Trabalhadores do IPT, Ros Marie Zenha, a iniciativa irá contribuir para fortalecer o sistema de ciência, tecnologia e inovação de São Paulo, que é composto pelas universidades públicas federais, as estaduais e os institutos públicos de pesquisa.

"A finalidade da frente é defender e proteger o sistema paulista de ciência, tecnologia e inovação. O Parlamento Paulista tem um poder enorme para conseguir isso. Ele [o sistema] tem que ser muito preservado, porque, na atualidade, ciência, tecnologia e inovação é fator de soberania nacional", complementou Zenha.

Beth Sahão destacou que os institutos de Agronomia e Economia Agrícola, como o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), dão suporte para toda a produção agrícola, principalmente para os pequenos e médios agricultores. "Há também as universidades que são produção pura de conhecimento e precisam estar sempre recebendo recursos do governo do Estado de SP, para ter flexibilidade financeira, a fim de investir em infraestrutura, custeio com pessoal e insumos", complementou.

Temas em foco

Conforme a diretora nacional da União Nacional dos Estudantes (Une), Julia Köpf, a frente é um espaço importante de formulação de ideias sobre os trabalhos realizados nas universidades e tudo aquilo que está sendo produzido.

"As cotas, a qualidade do ensino, o sucateamento das universidades públicas, o passe-livre, os bandejões, a moradia digna dos estudantes e o desgaste na imagem da universidade pública são algumas das temáticas discutidas", exemplifica Köpf.