Evento na Alesp valoriza a união e a visibilidade das religiões de matriz africana
27/06/2023 18:12 | Ancestrais | Fábio Gallacci - Fotos: Rodrigo Romeo





Celebrar a união, valorizar sua origem ancestral e se posicionar contra qualquer tipo de preconceito. Integrantes de religiões de matriz africana participaram de um evento promovido pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL), nesta segunda-feira (26), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Com as vestimentas características de cada vertente, atabaques, cantos e muito orgulho de poderem expressar sua fé, os grupos de diversos municípios paulistas mostraram que também consideram o Legislativo Paulista como a sua casa. O "Encontro Religioso do Axé" teve a coordenação do Consórcio das Federações e Associações do Axé.
"É o Brasil, que foi construído pelos negros escravizados. Toda a nossa estrutura econômica, cultural e boa parte da espiritual vem da construção do povo negro. Então, nada mais justo e simbólico que o povo negro ocupe a Assembleia, que é a Casa do Povo. Aqui, várias religiões são representadas. Temos a bancada evangélica, a católica. É importante que tenhamos também a presença das religiões de matriz africana", afirmou Giannazi.
O deputado abordou a questão do preconceito que ainda pesa contra os integrantes da umbanda e do candomblé. "Hoje, pela LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional], o ensino da história da cultura afro-brasileira é um conteúdo obrigatório em todas as escolas públicas e privadas do Brasil. Isso serve para combater o racismo. A Educação é um instrumento importante de luta contra a discriminação e de afirmação do povo negro", reforçou Giannazi, que enalteceu a presença de tantos grupos diferentes na Casa. "Esse evento é a valorização da diversidade. O Brasil é o segundo país negro do mundo e esse povo tem a sua religiosidade, que tem de ser respeitada", completou.
Xangô
O babalorixá Pai Gambi d?Xangô, presidente da Associação Brasileira dos Religiosos das Tradições de Matrizes Africana, Afro-brasileira e Indígena, chamou a atenção para a busca por mais respeito. "O que o povo de matriz africana quer? Eu não quero que você me aceite, quero que me respeite. Eu não respeito a sua religião? Então, eu preciso que você respeite a minha também", apontou. "Esse encontro visa mostrar que somos, sim, unidos e que podemos fazer muito mais. Não apenas vestir as roupas dentro de nossos terreiros, mas também sair às ruas para mostrar que a nossa religião é tão importante quanto as demais", disse Gambi d?Xangô.
Educação
Ainda de acordo com o babalorixá, é preciso que as pessoas aceitem que todos são seres humanos, filhos de um mesmo Deus, e que a Educação é o caminho para vencer o preconceito e a desinformação. "Somos uma religião de pretos. Quem, em nosso país, não descende de pretos? Nossa base foi construída em cima de matriz africana. Essa mistura gerou a população brasileira. O racismo existe não apenas por sermos de uma religião de pretos, mas porque ela também abraça o homossexual, por exemplo. Nós lidamos com seres humanos", explicou Gambi d?Xangô. "A Educação é o pilar, a base e a essência. Se eu não conseguir, através da Educação, fazer com que as pessoas entendam que é necessário nos respeitar, fica difícil conviver. Se o racismo existe é porque alguém manipulou essa ideia lá atrás e, por falta de conhecimento, muita gente hoje nem sabe o que está falando", opinou ele.
Ogum
Sacerdote e presidente da Associação Nacional dos Religiosos do Axé (Atuco), Pai Soares d?Ogum, também deixou claro que considera o Legislativo Paulista como um espaço simpático às religiões de matriz africana. "Tenho um grande respeito pela Alesp. Aqui é uma casa onde todos devem se manifestar. Esse encontro representa muito para cada grupo aqui presente porque não se organiza nada de cima para baixo. É sempre ao contrário. As comunidades da umbanda e do candomblé são unidas e estamos aqui para demonstrar que somos fortes", garantiu.
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