Deputada propõe movimento para proibir pulverização em área de agrotóxicos no Estado de São Paulo
14/08/2023 14:41 | Atividade Parlamentar | Da Assessoria da deputada Ana Perugini



Deputada promoveu audiência pública sobre o assunto na última quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa
SÃO PAULO - A deputada estadual Ana Perugini (PT) propôs um movimento envolvendo outros parlamentares, Ministério Público, agricultores, ambientalistas, representantes de organizações não governamentais e movimentos sociais, para a criação de uma lei que proíba a pulverização aérea de agrotóxicos em São Paulo. O chamamento ocorreu na última quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa, durante a Audiência Pública Pulverização Aérea de Agrotóxicos: O veneno chega à mesa.
"Temos de levantar tudo o que está posto, em termos de legislação, e não devemos ter medo de fazer mudanças. Além de esperança, precisamos ter muita disposição e energia para lutar", defendeu a parlamentar, citando como exemplo a vacina contra o HPV (papilomavírus humano), que nasceu de um projeto de lei apresentado por ela na Alesp, em 2017, e integra o calendário nacional de vacinação desde 2014.
Membro da direção nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Gilmar Mauro defendeu a mudança do modelo agrícola no Brasil para diminuir o impacto ambiental e garantir a produção de alimentos para todos.
"O debate sobre a questão dos agrotóxicos não se trata do problema do avião. O problema é o que vai dentro do avião. Para a gente legar às futuras gerações um planeta habitável, precisamos mudar todo o modelo agrícola. Mais do que não emitir gases, temos de plantar bilhões e bilhões de árvores nesse país e mudar o conceito de produção agrícola. Ou nós seguimos na toada da produção do lucro, que é o grande capital destruindo o meio ambiente, ou nós vamos discutir que planeta a gente quer para nós e para os nossos filhos. Qual é a função social do planeta como casa comum da humanidade com a função de produzir comida para o povo brasileiro e de todo mundo", enfatizou o dirigente
O promotor de justiça Ivan Carneiro Castanheiro, integrante do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) Piracicaba, apresentou um panorama dos impactos da pulverização aérea de agrotóxicos nas 21 cidades que compõem a Bacia Hidrográfica PCJ, que compreende os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. No estudo, que é resultado de sete anos de investigação, o representante do Ministério Público aponta a falta de fiscalização da atividade pelos órgãos responsáveis.
"O ideal seria aprovar a proibição de pulverização aérea no estado. Outro caminho seria regulamentar com todas as restrições técnicas discutidas pela sociedade", avaliou o promotor, referindo-se ao estabelecimento de regras, como altura do voo não superior a quatro metros, o uso do drone, que é mais preciso na aplicação; e o aprimoramento dos mecanismos de fiscalização.
"Se não conseguirmos aprovar uma lei que proíba a pulverização aérea, precisamos ter um plano B, que é estabelecer regras para, ao menos, garantir a fiscalização", argumentou o procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador do Fórum Paulista de Combate aos Agrotóxicos e Transgênicos, Paulo Crestana.
O defensor público Marcelo Novaes analisou os métodos de aplicação de pesticidas na agricultura brasileira, avaliou os malefícios à saúde dos trabalhadores e pontuou medidas que podem ser adotadas para mitigar o problema. "É preciso que haja fixação de distâncias mínimas para todo tipo de pulverização, a criação de polígonos de exclusão e o uso da tecnologia. No caso específico da pulverização terrestre, são necessárias a inspeção anual dos equipamentos e certificação das pessoas que vão aplicar o veneno", disse.
O deputado estadual Simão Pedro (PT) citou o aumento dos casos de câncer e defendeu a proibição no estado. "A gente tem que lutar para banir os agrotóxicos destrutivos, que causam câncer, deformação fetal, câncer e até suicídios. Até quando vamos gastar dinheiro da saúde pública, que poderia ser investido em prevenção e outras ações?", questionou o parlamentar.
A superintendente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Sabrina Diniz, afirmou que tem recebido uma série de denúncias de produtores assentados, em especial os produtores de mel e peixes, que têm sido afetados pela pulverização aérea.
"São denúncias extremamente graves e que a gente tem dificuldade para apurar, por conta da falta de laboratórios que identifiquem a verdadeira matança das abelhas que a gente tem nos assentamentos. Nas regiões do Pontal, Araraquara e Andradina, há casos de usinas de cana-de-açúcar que tem pulverizado no entorno dos assentamentos e, por conta do vento e da falta de respeito aos limites determinados por lei, acabam afetando insistentemente a produção dos assentados", disse Sabrina.
Representantes dos produtores afetados pela pulverização no interior do estado, José Luiz das Chagas, do Assentamento Regência em Pauliceia, e Bianca Santos Lopes, do Assentamento Chico Castro Alves Martinópolis, relataram a devastação provocada pela chuva de veneno nas regiões de Dracena e Presidente Prudente.
"Já mataram mais de mil colmeia nossa. A gente não consegue produzir mel", contou Zé Luiz. "Se não existe rastreabilidade da pulverização, ela não pode ser permitida. Estamos perdendo assentados, companheiros, companheiras, membros da minha. Quantas pessoas mais precisam morrer?", indagou Bianca.
Notícias relacionadas
- Tarcísio confirma viaduto e marginais na Cândido Portinari a deputada
- Projeto propõe sessão solene em homenagem aos 50 anos da Visão Mundial no Brasil
- Deputado conquista retorno do Campeonato Brasileiro de Motocross a Indaiatuba
- Deputada realiza seminário para marcar os 35 anos do ECA e debater a adultização nas redes sociais
- Ituverava recebe Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) online para denunciar violência contra mulheres
- Deputado é homenageado com medalha do COPOM em celebração aos 115 anos da unidade
- Deputada participa de seminário sobre paternidade responsável na Alesp
- Deputado participa das comemorações dos 199 anos de Tatuí
- Regras que prejudicam a pesca artesanal podem reduzir atividade
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações