Evento na Alesp ressalta a importância da prevenção no combate ao câncer de intestino
22/09/2023 18:23 | Saúde | Fábio Gallacci - Fotos: Marco A. Cardelino



Terceira maior causa de câncer no mundo entre homens e mulheres, o mal que afeta o intestino tem quase 100% de possibilidade de cura quando diagnosticado de forma precoce. Contudo, quando o assunto não recebe a devida atenção, esse patamar pode cair para menos de 10%. Assim, a conscientização e a prevenção são as melhores formas de evitar o problema ou combatê-lo com sucesso. O tema foi debatido durante o evento "Câncer Colorretal: desafios e prioridades para enfrentar as desigualdades no acesso", realizado nesta sexta-feira (22), na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a pedido do deputado Altair Moraes (Republicanos). Setembro é o mês da conscientização sobre o câncer colorretal.
Atualmente, o Brasil tem 75% dos novos casos de pacientes com câncer colorretal sendo diagnosticados em estágio avançado. Só em 2020, a doença foi responsável pela morte de cerca de 20 mil pessoas. Parentes de primeiro grau com histórico de câncer no intestino, consumo excessivo de álcool, tabagismo e obesidade são fatores de risco. A manutenção de uma vida saudável, do peso adequado, prática de atividade física e alimentação menos industrializada são formas de diminuir os riscos.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 41 mil novos casos de câncer colorretal. Esses valores correspondem a um risco estimado de 19,63 casos novos a cada 100 mil homens e 19,63 para cada 100 mil mulheres.
Acompanhamento
Uma importante iniciativa apresentada durante o debate foi a implantação de um projeto nacional de rastreamento das populações de maior risco em relação à doença. A ideia seria acompanhar de perto essa parcela de pessoas, com exames periódicos, em um tempo pré-definido. A medida poderia salvar vidas e trazer economia ao Sistema Único de Saúde (SUS), já que a prevenção e cura no estágio inicial da doença custam bem menos que o tratamento mais avançado.
Mudança de hábitos
"Um projeto de rastreamento populacional pode provocar uma mudança drástica no tratamento da doença no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, na população rastreada por colonoscopia, a redução da incidência da doença chegou a 90%", informou Hélio Moreira, cirurgião colorretal e presidente da Sociedade Brasileira de Proctologia. "Portanto, é importante falarmos de prevenção. Precisamos atuar na mudança de hábitos de vida das pessoas. E fazer isso é a tarefa mais difícil que um médico tem em seu consultório", disse ele.
Para Moreira, o trabalho da chamada prevenção primária apresenta um impacto maior dentro das escolas, quando o trabalho é feito com as crianças. Os bons hábitos são muitos mais moldáveis nessa fase da vida do que na fase adulta, segundo o médico.
Obstáculos
Entre os adultos, os obstáculos a serem vencidos são vários: O desconhecimento sobre a doença, estímulo a automedicação, retardo no acesso ao sistema de saúde - com filas que duram até anos e a demora nos exames. O sistema público também oferece poucos locais para a realização de colonoscopia, o que aumenta a exposição das pessoas. "Precisamos ter estrutura para o sistema colocar em prática um projeto de rastreamento eficiente. Conscientização da população e disponibilidade de material adequado para as profissionais da saúde são fundamentais", apontou Moreira. "Câncer de intestino é uma doença frequente e fatal, não se deve brincar. Possível de curar no diagnóstico precoce, mas de difícil manejo na descoberta tardia", alertou.
Acesso
Renata dos Santos, chefe da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização da Rede de Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca, ressaltou que não há possibilidade de se pensar em um projeto de colonoscopia para a detecção precoce em grande escala no País sem trabalhar em um acesso adequado a esse exame para todos. "Temos esse desafio de reestruturar a rede de Saúde. Nossos objetivos são fortalecer o controle da doença pelo SUS, estruturar a rede para o diagnóstico e tratamento, capacitar os profissionais envolvidos e tornar clara a comunicação sobre o assunto à população", comentou Renata.
2024
Já Fernando Maia, coordenador-geral de Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, do Ministério da Saúde, apontou que o desafio é quintuplicar a disponibilidade de colonoscopia nos estados e aumentar os exames de sangue oculto, outra forma de identificar a doença. "Além de aumento da quantidade dos exames, eles precisam ter qualidade técnica. O rastreamento ainda precisa definir detalhes, como o seu público-alvo. Serão pessoas a partir de 45 ou 50 anos?", detalhou. "Esperamos que, até o final do próximo ano, a gente consiga ter um programa implantado, com diretriz publicada, estruturar o serviço, adquirir equipamentos e qualificar os profissionais. Precisamos definições para as biopsias, que também são um grande gargalo do Sistema de Saúde hoje", disse Fernando, ressaltando que o Governo Federal está comprometido com medidas que possam reduzir os números envolvendo o câncer de intestino.
O assunto é importante e de interesse de toda a sociedade. A Alesp, em seu papel de espaço aberto para todas as necessidades da população, é parceira nessa discussão de buscar dar mais qualidade de vida e proteção às pessoas.
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