Na Alesp, audiência pública discute a necessidade da produção nacional de medicamentos e vacinas

Evento promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Assistência Farmacêutica apontou que o Brasil precisa ter mais autonomia no setor de insumos farmacêuticos
23/11/2023 18:26 | Saúde | Fábio Gallacci - Fotos: Rodrigo Romeo

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Audiência Pública Fármacos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2023/fg314033.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Professor Leoberto Costa Tavares<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2023/fg314045.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marcos Machado Ferreira, do CRF-SP<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2023/fg314046.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta quarta-feira (22), a audiência pública "Reindustrialização da produção de insumos farmacêuticos ativos no Estado de São Paulo: o papel da Alesp". A iniciativa do encontro partiu da Frente Parlamentar em Defesa da Assistência Farmacêutica na Casa, coordenada pelo deputado Thiago Auricchio (PL).

O principal tema abordado pelos presentes foi o estímulo à instalação de indústrias produtoras de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) em municípios paulistas. A ideia é criar condições para que o Brasil alcance uma maior autonomia no setor, com parques de produção mais modernos e alternativas de fármacos locais, o que garantiria maior escala e acesso aos produtos. Além da questão econômica e de acesso, a produção nacional de fármacos seria alavanca para mais conhecimento científico, pesquisas na área e até empregos.

Pandemia

Marcos Machado Ferreira, ex-presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF) de São Paulo, foi um dos ocupantes da mesa de debate. "Esse é um assunto que não diz respeito apenas à indústria como entidade privada, mas é algo estratégico e de extrema importância para o país, que deve ser discutido nessa Casa e ter a atenção do governador e do Governo Federal", apontou.

De acordo com o representante do CRF, o Brasil já produziu mais de 70% de seus insumos farmacêuticos, mas, atualmente, o patamar chega a apenas 5%. "Já passou da hora de discutirmos esse assunto e de o Governo do Estado entender o papel que lhe cabe no incentivo e nas ações práticas sobre o tema. Nós tivemos uma mostra do que representa a falta de insumos durante a pandemia. Não tínhamos como produzir e nem sequer a perspectiva de mudarmos esse cenário", lembrou Ferreira.

Segurança nacional

Coordenador do grupo de trabalho de estímulo à instalação de indústrias produtoras de insumos farmacêuticos da Alesp e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Leoberto Costa Tavares reforçou a importância do assunto. "Esse tema deve ser tratado como algo ligado à segurança nacional. São Paulo, como o estado mais industrializado da nação, deve incentivar os primeiros passos no sentido da reindustrialização de fármacos para a nossa população", disse o professor.

Tavares concluiu sua participação afirmando que o país precisa agir rápido. "O futuro é incerto com relação ao fornecimento desses insumos. Nós não podemos ficar nessa dependência [do mercado internacional] de forma nenhuma. Se nós começarmos a planejar essas ações desde já, hoje, ainda vai demorar pelo menos cinco anos para a produção começar de fato. Então, não podemos perder nem mais um dia. Essa discussão foi excelente, mas é apenas a primeira etapa", alertou o especialista.


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