Evento na Alesp destaca a importância da vacinação para a prevenção do câncer de colo de útero

Tratar do assunto com clareza é a melhor maneira de lutar contra a doença e informar a população
04/12/2023 18:57 | Saúde | Larissa Gabriel Alvares, sob supervisão de Fábio Gallacci - Fotos: Marco A. Cardelino

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Larissa Gonçalves durante explanação.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2023/fg314958.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mesa em Audiência Pública.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2023/fg314979.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mesa em Audiência Pública.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2023/fg314980.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta segunda-feira (4), uma audiência pública sobre a importância da vacina de HPV para prevenir câncer de colo de útero. O evento foi realizado a pedido da deputada Solange Freitas (União) e contou com a participação de profissionais da área e pacientes, que contaram suas experiências. Representantes da ONG Instituto Oncoguia, que apoia, informa e defende os direitos dos pacientes com câncer também estiveram presentes.

A deputada começou o debate ressaltando que essas discussões podem levantar propostas, sugestões e informações de como melhorar o índice de vacinação no Estado. "A gente falar do assunto é uma das maneiras de lutar contra isso e trabalhar a favor da vacinação. É importante também mostrar aos pais a importância de eles estarem levando os filhos adolescentes para essa vacinação. Alguns tipos de câncer têm vacina", alertou Solange.

Anticorpos

O imunizante contra o HPV, uma infecção sexualmente transmissível, pode ser aplicado dos 9 aos 45 anos, em homens e mulheres. Ele não só protege contra a doença, como evita a contínua transmissão do vírus. A vacinação indicada é em meninos e meninas de 9 a 14 anos. O Instituto Butantan já comprovou em estudos que crianças e adolescentes vacinados produzem quantidades maiores de anticorpos do que os adultos. Por isso, é essencial estimular a vacinação nessa faixa etária.

Do susto à luta

Larissa Gonçalves, jornalista, foi uma paciente de câncer de colo uterino que contou sobre sua experiência desde o diagnóstico até o tratamento. A falta de preparo das equipes médicas acabou marcando o início da sua jornada. "Eu não tinha dimensão do problema", disse ela. A troca de médicos e o interesse da própria paciente em achar um diagnóstico correto foi algo marcante em seu relato.

Quando recebeu a confirmação da doença, Larissa sentiu o impacto: "Demorei um pouco para digerir isso; para aceitar". O tratamento não afetou somente o físico da jornalista, sua autoestima também foi abalada. "O câncer não mexe só com o psicológico, ele pega muitas partes da sua vida", lembrou Larissa. Hoje, ela trabalha como voluntária no Instituto Oncoguia e luta pela conscientização da doença e amplificação das campanhas vacinais.

Casos

Para contribuir com a discussão, Luciana Holtz, presidente fundadora do Instituto Oncoguia, trouxe alguns dados sobre a doença. De acordo com ela, uma em cada 6 mulheres correm o risco de desenvolver o câncer do colo de útero na vida. O câncer é o quarto mais frequente nas mulheres do mundo. São estimados 17 mil novos casos por ano.

A doutora Vanessa Infante, do Instituto Butantan, e Graziela Zibetti Dal Molin, vice-presidente do grupo brasileiro de tumores ginecológicos, também fortaleceram o conteúdo do debate ao tratarem de cobertura vacinal e projetos que contribuem com a campanha.

Ao comentar sobre organizações de equipe, Graziela afirmou que o atraso na radioterapia está diretamente relacionado com a redução da eficácia do tratamento. Sendo assim, a questão logística é importante para essa doença em específico.

Proteção

Já Edmund Chada Baracat, coordenador de Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde, abordou questões envolvendo medidas preventivas. Busca ativa, campanhas educativas, regionalização da saúde e a criação de núcleos regionais de detecção precoce do câncer do colo de útero, de acordo com ele, são boas práticas para combater esse mal e proteger a vida de milhões de mulheres.

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