Os dois jovens paulistas enviados pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para um curso da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) na Itália voltaram ao Brasil com novas ideias e planos para São Paulo.

Felipe Ramos e Mariana Bialski foram selecionados em edital realizado pelo Instituto do Legislativo Paulista, por meio do Programa Democracia Jovem, e receberam uma bolsa para participar da 3ª edição do Youth Bootcamp for Inclusive and Sustainable Cities, em Cagliari. Promovido pela Coalizão Internacional de Cidades Sustentáveis e Inclusivas (ICCAR), o evento reúne lideranças jovens de 20 a 30 anos de todo o planeta para discutir questões de igualdade e justiça social.

"Eu volto muito feliz. A experiência foi muito positiva e o programa foi muito rico. Vimos um pouco de tudo, desde reflexões mais filosóficas sobre o que consideramos conhecimento, como abordamos alguns problemas como falsas dicotomias e como podemos repensar nossos focos de atuação, até alguns exemplos mais práticos do que tem funcionado em algumas cidades da Itália, ou até em nível europeu", comenta Felipe Ramos.

"Tivemos a oportunidade de conversar com diversos profissionais de ponta do governo, do sistema ONU [Organização das Nações Unidas] e da Academia. Além disso, nos foi proposto um desafio de pensar em um plano de ação que tivesse como objetivo combater os diversos tipos de discriminação que podemos observar nas nossas cidades", explica Mariana Bialski.

As atividades

Durante uma semana, os dois participaram de uma série de palestras, debates e atividades práticas que pensavam formas de promover a inclusão social e desenvolver políticas locais mais justas e participativas. O evento contou com a presença de diversos especialistas, como a diretora-geral assistente da Unesco, Gabriela Ramos, e o professor de Sociologia da Universidade de Perugia, na Itália, Piero Dominici.

Entre os temas debatidos durante a semana estavam os Desafios Educacionais na Sociedade Hipercomplexa, Cidades Sustentáveis e Direitos Humanos. Em uma das atividades, os participantes se aprofundaram nos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e discutiram a aplicação prática dessa carta nas comunidades. Além disso, debateram sobre o papel das cidades, regiões metropolitanas e estados na promoção de políticas antidiscriminatórias e na implementação de práticas sustentáveis.

Os jovens ainda tiveram que pensar em planos de ação, baseados no que aprenderam, para serem aplicados nas cidades onde vivem. No caso de Mariana e Felipe, a expectativa é que essas iniciativas contribuam para fortalecer as políticas públicas voltadas para a juventude e combater as diversas formas de discriminação em São Paulo.

"Tivemos um momento de troca com os participantes de diversos países do mundo, em que eles puderam contar um pouco sobre os planos de ação que pensaram. Com isso, entendi que, muitas vezes, acreditamos que os nossos problemas são muito diferentes dos outros países, quando, na verdade, são bastante similares", conta Mariana.

"Essa experiência foi muito importante não só para o meu crescimento pessoal e profissional, mas também para entender como posso ser uma liderança da mudança na minha comunidade", complementa.

"Uma das coisas mais ricas foi conhecer outros jovens engajados para compartilhar desafios, dores e coisas que têm funcionado e poder guardar essas conexões. Esses contatos mostraram como podemos pensar na mudança do mundo e em cidades melhores", finaliza Felipe Ramos.

O intercâmbio de ideias e práticas no Youth Bootcamp da Unesco marca um passo significativo na promoção de uma cidadania ativa e consciente, mostrando que a juventude de São Paulo está preparada para enfrentar os desafios globais com soluções locais inovadoras e colaborativas.