CPI das Santas Casas: médico com 48 anos de vida dedicados à entidade filantrópica faz denúncias

As matérias da seção Atividade Parlamentar são de inteira responsabilidade dos parlamentares e de suas assessorias de imprensa. São devidamente assinadas e não refletem, necessariamente, a opinião institucional da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
30/10/2024 11:09 | Atividade Parlamentar | Da Assessoria do deputado Bruno Zambelli

Compartilhar:

Dep. Bruno Zambelli na CPI das Santas Casas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2024/fg337200.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Realizada nesta terça (29), na Alesp, a reunião da CPI das Santas Casas ouviu o Doutor Walter Kegham Karakhanian, Mestre e Doutor em Medicina na área de concentração em cirurgia e professor adjunto da disciplina de Cirurgia Vascular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. O colegiado é presidido pelo deputado estadual Bruno Zambelli (PL).

O médico, que se apresentou como 'irmão remido da Santa Casa', resultado de uma longa relação com a instituição, primeiro como estudante, entre 1971 e 1976 e, já como médico, a partir do ano seguinte, onde permaneceu até 2019, fez graves denúncias sobre a gestão financeira e pessoal da Santa Casa.

Karakhanian citou, por exemplo, o aumento dos próprios salários pelos gestores, em valores muito acima da realidade, além do acúmulo milionário de dívidas. Segundo a oitiva, diversos imóveis, adicionados ao patrimônio Santa Casa de São Paulo por meio de doações, acabaram vendidos ou repassados a preços muito abaixo do valor real de mercado, para o pagamento destas dívidas. O caso mais emblemático, o do antigo edifício da loja de departamentos Mappin, na Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Viaduto do Chá. Ele relatou a venda do prédio tombado pela quantia de R$ 9 milhões a um grande grupo imobiliário, no ano de 2019. Quatro anos depois, o edifício foi revendido pelos novos proprietários, desta vez, pela quantia de R$ 79 milhões, quase seis vezes mais.

A denúncia do cirurgião citou ainda a venda de modernos equipamentos, um de tomografia e outro de hemodinâmica, avaliados em meio milhão de dólares, cada, adquiridos pela entidade filantrópica e avariados ainda no transporte. A solução encontrada foi revender as máquinas por um valor simbólico de apenas R$ 40 mil, com enorme prejuízo e sem maiores explicações.

Em seu depoimento, o médico disse que foi demitido sumariamente, após quase cinquenta anos de serviços prestados, justamente por discordar e questionar os diretores e ainda fez fortes críticas à gestão da faculdade de medicina da Santa Casa de São Paulo.

A CPI das Santas Casas, mesmo com uma prorrogação de 45 dias, tem um prazo apertado para concluir os trabalhos e apresentar o relatório, segundo o que determina o estatuto da Alesp, até 11 de novembro próximo.

Bruno Zambelli, que prometeu tentar uma nova prorrogação junto à presidência da Alesp, disse que vai acelerar os trabalhos, com a realização de, pelo menos, duas reuniões do colegiado por semana, até a data limite. No próximo encontro, serão deliberados eventuais requerimentos para novas diligências e oitivas.


alesp