A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo promoveu, nesta terça-feira (12), por meio do Instituto do Legislativo Paulista (ILP), um evento sobre envelhecimento e políticas públicas voltadas para as pessoas idosas. Agnes Sacilotto, presidente do ILP, ressaltou a importância da parceria com a Defensoria Pública de São Paulo para a realização da atividade e para o trabalho conjunto das instituições.

A deputada Andrea Werner (PSB) foi uma das convidadas da mesa. Em sua fala, a parlamentar apontou que a população brasileira está envelhecendo cada vez mais e defendeu que as políticas públicas precisam ser pensadas no longo prazo. "Não dá mais para a gente ficar naquela cultura de que ter filhos é garantir que alguém vai cuidar de você na velhice. Não é. Muitas vezes, isso não acontece e é preciso ter equipamentos públicos que garantam o cuidado das pessoas", afirmou ela.

A deputada também acrescentou que é preciso ter uma atenção especial com os idosos que possuem algum tipo de deficiência. "Eu tenho um filho com autismo e que precisa de um grande suporte. Fico preocupada com quem irá cuidar dele na velhice", afirmou.

Idosos ativos

Médico epidemiologista especializado no estudo do envelhecimento e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, Alexandre Kalache, foi um dos convidados da mesa e apontou que a tendência é que as pessoas vivam mais e de forma mais ativa e saudável. Ele criticou o etarismo presente na sociedade - termo utilizado para designar o preconceito e, por vezes, infantilização das pessoas idosas.

"Essas rugas mostram os sabores e dissabores que eu vivi pela vida. Eu sou da geração de 1968, que saiu às ruas combatendo a ditadura. Eu não vou envelhecer como o meu avô, arrastando sandália para ir para a varanda. Eu vou continuar sendo o ativista que eu era e continuo sendo", declarou, apontando que a sua principal causa é permitir que as novas gerações possam envelhecer com mais dignidade.

Envelhecimento

Após as apresentações iniciais, o evento contou com a mesa de exposições sobre os dados e políticas voltadas para pessoas com mais de 60 anos. Juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e coordenadora da Central Jurídica da Pessoa Idosa, Monize Freitas explicou que o Brasil é "um país jovem que envelheceu muito rápido."

A juíza ressaltou que, diante da rápida velocidade de envelhecimento da população brasileira quando comparada com outros países do mundo, é necessário o planejamento do Poder Público. "Há pouco tempo, nós considerávamos o Brasil um país do futuro. Agora, o futuro já chegou e nós continuamos postergando alguns debates extremamente importantes para a manutenção da nossa dignidade", apontou Monize.

Defesa do consumidor

Coordenador auxiliar do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Luiz Fernando Baby Miranda, relacionou, em sua apresentação, a defesa do consumidor, o endividamento e a saúde financeira das pessoas idosas. Ele trouxe uma visão crítica sobre a dinâmica dos contratos de crédito no Brasil e pensou na melhor maneira de proteger a população 60+ nestes contratos.

"Quando nós pensamos em contratos de crédito, nós temos que lembrar que esta atividade comercial tem que estar atrelada a sociedade que queremos construir", defendeu Miranda.

Assista à transmissão ao vivo realizada pela TV Alesp:

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