'Sol é vida. Só não pode haver abuso': com início do verão, Alesp reforça importância da prevenção
20/12/2024 17:08 | Saúde | Gabriel Eid - Foto: Flickr/Governo do Estado de São Paulo e Freepik


"Se eu não tivesse ido no dermatologista poderia ter se espalhado e tudo seria muito pior." Não passava pela cabeça de Laura Kotscho, 21, que o abuso na exposição ao sol poderia trazer consequências, ainda na idade dela. A estudante conta que, durante uma visita de rotina ao médico, descobriu uma pinta atrás do joelho que, na visão do profissional, deveria ser retirada para uma biópsia. Após a avaliação, ela descobriu se tratar de um melanoma, um tipo mais raro e agressivo de câncer de pele.
O melanoma, quando comparado com outros tipos mais comuns - como o carcinoma basocelular - apresenta mais chances de se espalhar para outras partes do corpo. Apesar disso, por ter sido detectado em fase inicial, uma cirurgia de retirada da área de pele próxima do tumor foi suficiente para curá-la. "Vista pelos meus olhos era uma pinta minúscula. Mas por causa dela eu tive que tirar uma porção enorme da minha pele ao seu redor. Temos sempre que ficar de olho na nossa pele muito atentamente e visitar um dermatologista com regularidade", pontua.
A jovem conta que, depois da retirada do tumor, passou a fazer um acompanhamento frequente com o dermatologista e precisou retirar outras pintas, que no futuro, poderiam acabar se tornando malignas. Depois disso, também precisou deixar de tomar qualquer tipo de sol entre 10h e 16h. Ela ressalta a importância da prevenção para evitar que as pessoas cheguem a essa situação. "É um alerta para todos os jovens que como eu não esperavam que poderiam ter câncer de pele. Muitas vezes a pessoa já tem uma predisposição genética e o abuso do sol serve como um catalisador."
Prevenção precisa vir desde cedo
Pediatra e professor da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Mauro Fisberg, 71, conta que quando era criança tomava sol sem qualquer cuidado ou prevenção. "Na minha infância eu não tinha noção nenhuma de proteção. A prevenção ao câncer de pele não era muito difundida", relata. Aos 40 anos, descobriu o primeiro câncer de pele - do tipo carcinoma basocelular - durante uma visita ao dermatologista. Anos depois, descobriu mais dois tumores do tipo mais agressivo, o melanoma.
Mauro conta que graças às avaliações periódicas conseguiu descobrir o câncer cedo e não teve problemas mais graves. Ele ressalta a importância de ficar atento aos sinais e que eles podem aparecer nas situações mais cotidianas. "Uma vez eu fui no barbeiro e ele me apontou uma lesão estranha na cabeça. Eu dei importância a esse sinal, fui ao médico e consegui descobrir cedo o problema", afirmou. Em sua experiência como pediatra, ele atende muitos adolescentes que, segundo ele, não dão importância para a prevenção e fala que sempre procura orientá-los para começar a se cuidar desde cedo.
"O maior recado que eu tenho para dar, com base na minha experiência, é passar protetor solar e fazer o controle frequente de possíveis lesões", defendeu.
Equilíbrio
Dermatologista e professora titular da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Valéria Petri, defende que a palavra fundamental para prevenir o câncer de pele é: equilíbrio. Segundo a professora, uma pessoa que toma sol regularmente deve procura evitar o horário das 10 às 16h e passa protetor solar em períodos de exposição prolongada adquire uma maior proteção. "Além dos benefícios trazidos pela correta absorção de vitamina D, a pele vai ganhando uma camada protetora, que dificulta a entrada dos raios UV (ultravioletas) [mais prejudiciais à saúde] e evita a formação de queimaduras e bolhas", afirmou.
De acordo com a dermatologista, as pessoas mais vulneráveis são as com a pele muito clara e que não tomam sol com regularidade e, nas poucas vezes que fazem isso, abusam. "Por exemplo, um fator de risco são pessoas que passam a semana inteira no escritório e que nos finais de semana vão ficar horas no sol sem proteção", afirma. "O sol é vida. Ele só é ruim se tiver abuso. As células não podem tomar susto com o sol", completou a especialista. O "susto" a que Valéria se refere são as queimaduras - que formam bolhas e geram o descascamento da pele -, que, quando acontecem de forma repetida, podem gerar alterações nas células e causar tumores.
Políticas públicas
A Fundação Oncocentro de São Paulo estima que, em 2023, foram registrados 60 mil casos de câncer de pele no estado. Dados da Secretaria de Estado da Saúde, por sua vez, apontam que, de janeiro a novembro de 2023, 14.745 pessoas foram internadas para tratar câncer de pele - o que representa 6,2% de aumento em comparação com o registrado em 2022, quando 13.881 pacientes foram internados para o tratamento da doença.
A Alesp, com o intuito de incentivar políticas públicas para reduzir os casos da doença, instituiu, através da Lei 10.775/2001, a Semana Estadual de Prevenção ao Câncer de Pele, de autoria do ex-parlamentar Paulo Julião. Também está em tramitação - na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento - o PL 1.155/2019, de autoria do ex-deputado Coronel Nishikawa, que torna obrigatório o fornecimento de protetor solar para pessoas que fazem ou concluíram o tratamento de câncer de pele no estado de São Paulo.
Notícias relacionadas
- Alesp se ilumina de azul para destacar importância da conscientização sobre a síndrome de Angelman
- Aleitamento: Alesp atua pela conscientização sobre hábito que cria conexões e salva vidas
- Alesp realiza seminário sobre acidente vascular cerebral
- Parlamentares da Alesp vão a Paraisópolis premiar projetos sobre cannabis medicinal
- Queda nos casos de Covid-19 deve levar Rede Hebe Camargo a recorde de atendimento oncológico
- A parlamentares, governo do Estado garante compra de testes para Covid e kits de entubação
- Parlamentares convidam ex-superintendente do Iamspe para esclarecimentos
- Ex-secretário de Saúde da capital presta esclarecimentos em CPI
Notícias mais lidas
- Deputado participa de missão oficial a Taiwan e busca ampliar cooperação com potência asiática
- Aprovado na Alesp, novo valor do Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804, é sancionado
- Entra em vigor hoje o novo Salário Mínimo Paulista, de R$ 1.804
- Vitória dos pescadores: artigo que restringia acesso ao seguro-defeso é suprimido
- Alesp aprova projeto que garante piso salarial nacional a professores paulistas
- São Vicente: a importância histórica da primeira cidade do Brasil
- Na Alesp, familiares, amigos e colegas de profissão se despedem do ex-delegado Ruy Ferraz Fontes
- Sindicatos da Polícia Civil cobram envio de projeto da nova Lei Orgânica à Alesp
- Demanda antiga, Lei aprovada na Alesp unificou categoria de policiais penais
Lista de Deputados
Mesa Diretora
Líderes
Relação de Presidentes
Parlamentares desde 1947
Frentes Parlamentares
Prestação de Contas
Presença em Plenário
Código de Ética
Corregedoria Parlamentar
Perda de Mandato
Veículos do Gabinete
O Trabalho do Deputado
Pesquisa de Proposições
Sobre o Processo Legislativo
Regimento Interno
Questões de Ordem
Processos
Sessões Plenárias
Votações no Plenário
Ordem do Dia
Pauta
Consolidação de Leis
Notificação de Tramitação
Comissões Permanentes
CPIs
Relatórios Anuais
Pesquisa nas Atas das Comissões
O que é uma Comissão
Prêmio Beth Lobo
Prêmio Inezita Barroso
Prêmio Santo Dias
Legislação Estadual
Orçamento
Atos e Decisões
Constituições
Regimento Interno
Coletâneas de Leis
Constituinte Estadual 1988-89
Legislação Eleitoral
Notificação de Alterações