Iniciativa da Alesp, política estadual focada no empreendedorismo completa 10 anos
31/03/2025 12:37 | Educação | Da Redação - Fotos: Sidinei Lopes, Pedro Nogueira, Larissa Navarro, Roberto Sungi e arquivo pessoal





"Tive matérias coerentes para hoje o aplicativo Todas Por Uma ser essa grande potência". O depoimento é do jovem Mateus Diniz, criador da ferramenta virtual para ajudar vítimas de violência doméstica. Para ele, o acesso a conteúdos relacionados com a educação empreendedora proporcionou uma base sólida de conhecimentos que tornou realidade a solução tecnológica presente em cerca de 30 países.
"O Todas Por Uma nasce dentro de uma sala de aula e, cinco anos depois, se tornou referência nacional no combate à violência contra as mulheres", conta o estudante que cursou Desenvolvimento de Sistemas na Escola Técnica Estadual (Etec) Professor Horácio Augusto da Silveira, na Vila Guilherme, bairro da Zona Norte paulistana. A tecnologia foi lançada no mercado oficialmente com todas as funcionalidades em 2020.
Marco legal
A oportunidade, aproveitada por Mateus, de transformar uma ideia inovadora em um projeto de vida, recebeu forte incentivo de uma política pública criada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo: o Plano Estadual de Educação Empreendedora (PEEE), fruto da Lei 15.693/2015. Ou seja, o marco jurídico completa 10 anos de vigência no estado.
"Foi um marco importante. É possível dizer que algumas escolas aprofundaram o entendimento sobre o que é empreendedorismo, indo além da criação de empresas e sendo visto como possibilidade para o desenvolvimento pessoal", avalia o deputado estadual Itamar Borges (MDB), autor do projeto de lei que originou o PEEE. A política pública promove a inserção do empreendedorismo na rede pública de ensino paulista.
Ambiente propício
Conforme preconiza o PEEE, o estímulo ao empreendedorismo no estado de São Paulo pode ocorrer por meio de atividades como feiras para exposição de projetos, clubes para apoiar os jovens na abertura e gestão de negócios, bem como centros para disseminar a cultura empreendedora.
Na prática, o Plano criado por iniciativa da Alesp viabiliza o surgimento de um ambiente propício ao empreendedorismo, aguçando a criatividade dos estudantes paulistas. Isso abre caminhos para projetos que revolucionam os negócios e transformam o mundo, como o Todas por Uma.
"Presenciei a violência dentro de casa. Tive a ideia de levar a minha dor para dentro de uma sala de aula, montar uma equipe de pessoas da minha idade para mudar minha realidade e a dos meus amigos que tentaram mudar esse contexto da violência contra as mulheres", conta Mateus Diniz, eleito pela revista Forbes uma das pessoas mais influentes da atualidade na categoria Tecnologia e Inovação.
Em linhas gerais, o aplicativo de Mateus Diniz funciona como um botão do pânico camuflado no celular para mulheres em situação de risco. Para despistar o agressor, a tela inicial do Todas Por Uma simula uma propaganda qualquer. Com isso, o pedido de socorro aos 'anjos' cadastrados ocorre de forma velada, como se a mulher estivesse fazendo compras online.
Um milhão de alunos
Desde 2024, mais de um milhão de estudantes (dos ensinos médio e fundamental) têm acesso semanal a conteúdos focados em educação empreendedora. "As aulas de Empreendedorismo buscam desenvolver habilidades essenciais para o mercado, como planejamento estratégico, definição de metas, criação de planos de ação e capacidade de antecipar desafios e oportunidades", explica a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP).
Recentemente, a Seduc também passou a ofertar competências empreendedoras como visão estratégica de negócios e concepção de produtos dentro da grade de outra disciplina, a Educação Financeira. De acordo com a Pasta, "a inclusão desses componentes curriculares tem como objetivo reforçar o aprendizado de Matemática e ajudar os estudantes a desenvolverem uma relação mais saudável com o dinheiro ao longo da vida."
Empreendedorismo fortalecido
No ensino técnico paulista, especificamente, o impacto positivo do PEEE é avalizado pelo Centro Paula Souza (CPS) - autarquia a quem o Plano também está vinculado. "O Centro desenvolve competências empreendedoras há mais de 20 anos, e a criação do PEEE veio para fortalecer essa prática já consolidada", reconhece Ariane Serafim, coordenadora de projetos da Unidade do Ensino Médio e Técnico (Cetec).
Para fortalecer o empreendedorismo paulista, o CPS desenvolve atividades que vão da formação continuada dos professores à socialização dos projetos em eventos como a Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps), realizada desde 2007. "Além de apresentar soluções inovadoras para desafios do mundo atual, a Feira funciona como um canal de conexão entre alunos, docentes e o setor produtivo, fomentando a empregabilidade e impulsionando o desenvolvimento econômico do Estado", pontua a coordenadora.
Resultados dentro e fora da escola
Técnico em automação, o jovem Victor Figueiredo empreende no ramo de assistência especializada em máquinas industriais, a maioria importadas. Para ele, o espaço imersivo de educação empreendedora concebido pela Lei 15.693/2015 foi fundamental nos negócios. "No tocante ao Empreendedorismo [na grade curricular], acho que é superimportante. Você fica um passo à frente", destaca. "Tive muito contato e também muitas conversas com professores e coordenadores a respeito disso", diz.
Por conta do serviço especializado que oferece, Figueiredo já visitou países como França e Alemanha. "Tenho contrato com uma empresa de representações. Eu vou lá fora, faço treinamento dentro da máquina que vai vir para o Brasil, aprendo a montá-la e a desmontá-la, e aqui no Brasil sou a assistência técnica autorizada", explica.
A coordenadora do Cetec também atesta que a implementação do PEEE favoreceu algumas conquistas a partir de 2015. Ela elencou o aumento de parcerias com diversos setores produtivos, o reconhecimento do Centro Paula Souza como Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), o alto índice de empregabilidade dos egressos e a criação de programas pedagógicos como o Inova CPS e o Escola de Inovadores.
Por fim, o deputado Itamar Borges acredita que o PEEE ajudou na formação crítica dos estudantes paulistas, a partir da realidade de vida deles. "Os resultados são mais jovens conscientes do que é o empreendedorismo e do potencial deles", realça. "Nosso desafio é que os 4 milhões de alunos possam ter acesso a essa política pública, desenvolvendo habilidades empreendedoras", sublinha o parlamentar.
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