Nova Raposo: seminário na Alesp discute consequências do projeto apresentado pelo Governo de SP

Obras incluem 34 quilômetros de faixas adicionais e instalação de 13 pedágios na rodovia Raposo Tavares; primeiro dia de palestra abordou prováveis impactos ambientais
10/04/2025 18:27 | Meio Ambiente | Giullia Chiara - Fotos: Larissa Navarro

Compartilhar:

Diálogo com sociedade civil e moradores da região<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343067.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Seminário Nova Raposo Não<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343099.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Dep. Paula da Bancada Feminista: ouvir<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343100.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Especialistas debatem impacto das obras<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343065.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Maurício Ramos coordenador Águas Urbanas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343066.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ivan Carlos Maglio: impacto ambiental<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg343101.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta quarta-feira (9), o primeiro dia do seminário promovido pelo movimento "Nova Raposo, Não". A iniciativa foi da deputada Paula da Bancada Feminista (Psol) e reuniu especialistas, ativistas e moradores para debater os possíveis impactos ambientais gerados pelas obras previstas pelo Governo do Estado na rodovia Raposo Tavares.

O projeto da Nova Raposo integra o Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP). A EcoRodovias, grupo empresarial responsável pela concessionária, prevê a construção de cerca de 78 quilômetros de faixas adicionais, sendo 34 quilômetros na SP-270 (rodovia Raposo Tavares). Além das faixas adicionais e marginais, o projeto inclui a construção de 13 pedágios no estilo "free flow", com cobranças automáticas. Araçariguama, Barueri, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Santana de Parnaíba, São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu das Artes serão os principais municípios atingidos pela obra.

"Nosso mandato emprestou a voz para um movimento importantíssimo que se constitui na região do Butantã, que é o 'Movimento Nova Raposo, Não'. A ideia é falar sobre o impacto que as transformações da Raposo Tavares vão trazer aos moradores do entorno", pontuou Paula. "A expectativa é de que pessoas que vivem na região passem a pagar cerca de R$ 760 por mês em pedágios, um valor que não pagam atualmente, mas também há questões ambientais e relativas à desapropriação de pessoas", completou.

A parlamentar ainda citou a importância de discutir temas como esse: "Hoje é um dia para ouvir especialistas no tema e ouvir o movimento social para que a gente possa, aqui na Casa legislativa, pensar junto aos parlamentares uma forma de melhorar a vida da população e não prejudicar com a construção dos novos pedágios e com as transformações na Raposo Tavares".

Sociedade civil

"Espero que o evento sensibilize os deputados e as autoridades, porque esse projeto está avançando e ele descumpre vários regulamentos, inclusive a própria legislação ambiental, porque não teve estudo de impacto ambiental e não houve consulta pública. O projeto está com o inquérito aberto do Ministério Público, então, o esperado é que ele seja paralisado para que possa ser avaliado e rediscutido e para que a gente busque um transporte de massa, não uma nova rodovia", mencionou um dos palestrantes, o engenheiro civil Ivan Carlos Maglio.

De acordo com Ivan, entre os principais impactos ambientais causados pelo projeto estão o aumento de tráfego na região de Pinheiros e Butantã, o aumento da poluição do ar, o agravamento de riscos climáticos como inundações e ilhas de calor, a desapropriação de imóveis, o desmatamento e o prejuízo a nascentes e córregos. O engenheiro ainda citou propostas alternativas ao projeto com foco na mobilidade urbana, como corredores de ônibus e sistemas integrados, redirecionamento de veículos comerciais para o Rodoanel e sistema de transportes modernos como o BRT (do inglês bus rapid transit e o VLT (veículo leve sobre trilhos).

O coordenador do coletivo Águas Urbanas, Maurício Ramos citou os impactos na hidrografia da região. "Esse seminário é muito importante porque vamos mostrar como os cursos da água serão afetados por essa obra. É uma obra rodoviarista e a gente tem que mudar a nossa mentalidade para que a gente construa nossas estradas preservando o meio ambiente".

Ramos ainda citou a importância da participação da população em movimentos como esse: "As melhores propostas sempre nascem da sociedade civil. Então temos que ter ouvidos para essas reivindicações. Eu espero que, com esse seminário, nós possamos sensibilizar o poder público para que eles repensem e façam qualquer outro projeto que seja mais sustentável do que esse que vai afetar os cursos d'água".

No dia 23 de abril, outro seminário do movimento será realizado na Alesp, dessa vez, com foco em mobilidade urbana.

Assista ao evento, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

Confira a galeria de imagens do evento

alesp