Alesp promove evento para dar visibilidade à conscientização sobre o Parkinson

Reunião destaca importância da informação para combater preconceito, do acesso integral a medicamentos e da reabilitação multidisciplinar; data criada pela Lei 17.644/23 é comemorada pelo segundo ano na Assembleia
30/04/2025 17:56 | Informação | Da Redação - Fotos: Bruna Sampaio

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Especialistas e pacientes de Parkinson na Alesp<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg344132.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Amary: pauta prioritária na vitrine dos debates <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg344142.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Susan: nem tudo que treme é Parkinson<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg344143.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Giovana: reabilitação retarda avanço da doença<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg344144.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Balbi: medicações baratas, pagas pelo governo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg344145.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Renata: se adaptar a essa nova Renata<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg344146.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Erica: sociedade informada e acolhedora<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2025/fg344147.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo reuniu especialistas e pacientes, nesta quarta-feira (30), para relembrar, pelo segundo ano consecutivo, o Dia Estadual de Conscientização sobre a Doença de Parkinson (11 de abril), instituído pela Lei 17.644/23, de autoria da deputada estadual Maria Lúcia Amary (PSDB). "É uma data importante para ampliar essa discussão, colocando o tema como pauta prioritária na vitrine dos debates importantes", salientou a parlamentar, ao defender mais investimentos públicos em pesquisas científicas.

Entre os pontos debatidos na Alesp estiveram o acesso integral a medicamentos e reabilitação multidisciplinar da enfermidade que afeta o sistema nervoso central de 200 mil brasileiros. A Doença de Parkinson é caracterizado pela perda progressiva de dopamina, neurotransmissor responsável pela coordenação dos movimentos corporais. "Informar a sociedade sobre a doença e os sintomas, pode ser fundamental para a busca da ajuda médica no tempo adequado", pontuou a deputada.

A neurologista Susan Chien, da Universidade de São Paulo (USP), alertou para os mitos em torno da doença. "Nem tudo que treme é Parkinson, mas todo paciente que treme precisa de uma avaliação", afirmou, destacando que a intervenção médica precoce é vital para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Ela ressaltou que a condição neurodegenerativa pode ser diagnosticada em qualquer fase da vida, embora o envelhecimento continue sendo o maior fator de risco para a doença.

Susan também enfatizou que o diagnóstico clínico vai além dos três sintomas motores mais conhecidos: lentidão de movimentos, tremores e rigidez muscular. "Hoje, na comunidade científica, estamos dando tanta ênfase aos sintomas não motores quanto aos motores", declarou a especialista citando como exemplos a depressão e o distúrbio do sono (apneia).

Reabilitação e tratamento integral

Outra especialista que veio à Alesp, a fonoaudióloga Giovana Diaferia apontou a importância da reabilitação multidisciplinar no tratamento da doença crônica, ou seja, ainda sem cura. "A medicação controla os sintomas, mas a reabilitação física, motora e fonoaudiológica é que vai retardar a progressão da doença porque você está dando função ao músculo que está ali paralisado", ressaltou Giovana. Ela destacou que atividades físicas regulares também podem modificar a evolução da doença.

Diagnosticado tardiamente com Parkinson, o nefrologista André Balbi, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, criticou a desigualdade no acesso aos tratamentos e a demora dos órgãos reguladores brasileiros na liberação de novas terapias. "A gente tem que tratar pessoas com Parkinson com medicações eficientes e baratas, pagas pelo governo. Nem sempre isso acontece", sublinhou Balbi.

Preconceitos e autoaceitação

Convivendo há sete anos com a doença, Renata Araújo compartilhou a trajetória e a luta contra o preconceito na sociedade. "Ter Parkinson, para mim, não é uma vergonha. Mesmo assim, enfrentei a dura realidade de ser rotulada por uma doença que chega de repente, sem a gente pedir, sem a gente querer", comentou.

Ela recordou o caminho da autoaceitação. "Para mim o maior desafio do mundo é a paciência, ter que se adaptar a essa nova Renata. Vinha projetando uma velhice para mim e para o meu marido, cheia de saúde. De repente, numa fração de segundos, muda tudo", realçou.

Acolhimento

Por último, a presidente da Associação Brasil Parkinson (ABP), Erica Tardelli, fez um apelo por mais investimentos públicos e acolhimento. "O Parkinson mexe com a autonomia, com autoestima e com a rotina de toda a família. Por isso, lutar por mais acesso a tratamentos, por diagnósticos precoces e por uma sociedade informada e acolhedora é uma missão que não pode esperar", reforçou.

Com mais de 40 anos de atuação, a ABP foi fundada por Samuel Grossmann, presente à reunião. Ele destacou o papel da entidade na luta por medicamentos e contra o estigma.

Assista ao evento na íntegra, em transmissão da Rede Alesp:

Confira as imagens do evento

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