ILP debate como estudos genéticos impactam envelhecimento saudável e produtividade agrícola

Especialistas discutem sobre importância da genômica na elaboração de políticas públicas para ampliar longevidade e aumentar produção do campo
07/05/2025 18:47 | Educação | Daiana Rodrigues - Fotos: Marco A. Cardelino

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Especialistas participam de debate na Alesp<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg344522.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Produtividade agrícola na pauta de evento na Alesp<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg344523.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Encontro teve parceria do ILP e da Fapesp<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg344524.png' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

O Instituto do Legislativo Paulista (ILP) promoveu, nesta quarta-feira (7), o debate "Envelhecimento saudável e produtividade agrícola: o papel da genômica nas políticas públicas" em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os especialistas abordaram como o avanço dos estudos genéticos colaboram para fortalecer a saúde humana, longevidade e um aumento na produção rural.

Mediado pelo diretor científico da Fapesp, Márcio de Castro, o encontro ainda abordou terapias customizadas para o tratamento de doenças, o combate de pragas e doença que ameaçam a agricultura, o desenvolvimento de plantas mais adaptadas às condições climáticas e a promoção de ações governamentais em benefício da população.

Durante o evento, também foi destacado que o avanço das pesquisas científicas contribui para impulsionar investimentos em políticas públicas na saúde e no bem-estar dos cidadãos, financiar o desenvolvimento de empresas de tecnologia e gerar empregos. Um desses casos é a Fapesp que aplicou R$ 540 milhões em 166 projetos com impacto em políticas públicas entre 2021 e 2024.

A Genômica é o ramo da biologia molecular que estuda todo o material genético de um organismo, buscando entender como os genes trabalham em conjunto para influenciar a estrutura, o funcionamento e o desenvolvimento de um organismo.

Nos últimos anos, a área tem contribuído cada vez mais na descoberta de tecnologias inovadoras que são usadas para novos tratamentos, desenvolvimento de terapias gênicas, medicina personalizada e diagnóstico de doenças, dentre outros.

Envelhecimento saudável

Nesse sentido o Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH) da USP vem realizando, desde 2010, um banco genômico com pessoas com mais de 60 anos de idade. O objetivo é compreender as causas do envelhecimento saudável.

Já, com o fim da pandemia da Covid-19, surgiu um estudo que coletou o sangue de cerca de 100 brasileiros centenários saudáveis. O principal fator observado é que um conjunto de genes, não somente um, impacta diretamente no aumento da longevidade humana e na preservação da boa capacidade cognitiva. Além disso, ao contrário do que se pensa, o ambiente não influencia.

Segundo a coordenadora do CEGH, Mayana Zatz, existem pessoas que têm a sorte de nascer com "genes protetores" que produzem enzimas responsáveis pelo envelhecimento saudável.

"Até agora não se sabe exatamente quais seriam essas substâncias, mas quanto mais alguém envelhece, mais importante é a sua genética", esclareceu Mayana.

Outro destaque é o programa "Genoma SUS", que é uma iniciativa financiada pelo governo federal que atua em parceria com instituições de pesquisa. O projeto fez o mapeamento genético de mais de 21 mil brasileiros a fim de identificar como a diversidade genética da população nacional impacta na saúde, especialmente no surgimento de doenças, como o câncer, diabetes, dentre outras.

"A partir dos estudos é possível identificar quais os riscos no desenvolvimento de determinadas doenças e quais os tratamentos eficazes para combatê-las", explicou o coordenador do "Genoma SUS", Leandro Colli.

Produtividade agrícola

Outro assunto debatido durante o evento foi o impacto dos estudos genéticos na aceleração da produtividade agrícola, especialmente no cultivo de laranja.

Uma pesquisa inédita no mundo, realizada pela Fapesp em colaboração com universidades, fez o sequenciamento genético de uma bactéria que causa o "amarelinho", uma doença nos pomares de laranja.

Segundo Castro, no final da década de 1990, cerca de 46% das plantas do Estado de São Paulo estavam infectadas com essa bactéria.

"O estudo trouxe uma grande visibilidade dentro da comunidade científica, porque conseguiu reduzir a incidência desse microrganismo nos pomares em até 0,5%", pontuou Castro.

O especialista ainda ressaltou que,, de 2000 até hoje, foram cerca de 1.800 espécies de plantas com genoma mapeado e que 75% delas estão no hemisfério norte. "Isso reforça a necessidade de aumentar os investimentos em pesquisas científicas no hemisfério sul", complementou.

Também foi debatida a colaboração científica da associação sem fins lucrativos de Araraquara Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). "A entidade pesquisou como produtos à base de cobre e seu adequado manejo podem impactar na produção de suco de laranja, na erradicação do amarelinho e na economia paulista", disse Nelson Wulff.

Agenda 2030 da ONU

O simpósio "Envelhecimento saudável e produtividade agrícola: o papel da genômica nas políticas públicas" é uma contribuição do Parlamento Paulista para discussão sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: Fome Zero e Agricultura Sustentável; Saúde e Bem-Estar e Ação Contra a Mudança Global do Clima da "Agenda 2030" da Organização das Nações Unidas (ONU).

Toda a programação de eventos e publicações do ILP pode ser acessada pelo link: al.sp.gov.br/ilp/.

Assista à transmissão da palestra, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

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