Doação de leite materno: um gesto que nutre e fortalece vidas
19/05/2025 15:43 | Saúde Infantil | Daiana Rodrigues - Fotos: Agência Brasil/ Arquivo pessoal/ Daniel Almeida - Comunicação Iamspe









"Saber que um alimento que sai de mim está ajudando a nutrir e salvar outros bebês é emocionante. Sinto que estou estendendo o amor e o cuidado que dedico ao meu filho para outras famílias. É um gesto simples, mas com um impacto imenso. Saber que ajudo bebês a crescerem fortes e saudáveis me traz muita alegria", conta Lívia Pagliaro, 37 anos.
A engenheira e moradora da capital paulista é uma das doadoras do Banco de Leite Humano (BHL) do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), localizado no Hospital do Servidor Público Estadual.
Lívia doou seu leite pela primeira vez em 2023, quando teve seu primeiro filho, Vinícius. Recentemente, com o nascimento do seu segundo bebê, Vitor, ela voltou a praticar o gesto. "Foi um processo leve, seguro e muito acolhedor. Isso fez toda a diferença para que eu me sentisse confiante e motivada a continuar doando", diz.
Sua inspiração veio de casa. Sua mãe, Cristina, foi doadora quando Lívia nasceu. "Ela sempre dizia que era uma forma de gratidão por tudo o que havíamos vivido. Então, quando percebi que tinha leite em abundância, senti o chamado para ajudar outros bebês", relata.
Nesta segunda-feira (19), a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo reforça a conscientização sobre o tema, destacando o aleitamento materno não apenas como essencial à saúde infantil, mas como fortalecedor dos laços afetivos entre mãe e bebê, proporcionando proteção, conforto e segurança.
Benefícios do Leite Materno
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a amamentação seja exclusiva até os seis meses de vida e como alimentação complementar até os dois anos de idade ou mais do bebê junto com a introdução de chás, sucos e água. A razão disso é que o leite materno contém todos os nutrientes para o desenvolvimento do bebê.
Segundo a consultora em amamentação, Camila Arantes, amamentar deve ser um processo leve e tranquilo, sem estresse ou dificuldade para a mãe. "Atualmente, recursos como a laserterapia ajudam a aliviar a dor e tornam a amamentação mais confortável para a mãe, permitindo que ela continue amamentando sem sofrimento", explica.
Camila orienta ainda que as mães evitem o uso de drogas, álcool e cigarro, pois essas substâncias afetam diretamente a saúde do bebê. Estudos internacionais mostram que crianças amamentadas apresentam melhor desempenho escolar e intelectual.
Rede de Bancos de Leite
Para incentivar o aleitamento, o Ministério da Saúde criou, em 1998, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Rede de Bancos de Leite Humano, integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O Brasil possui atualmente 222 bancos de leite humano, sendo referência internacional devido à maior e mais complexa rede mundial, destacando-se pela alta qualidade e baixo custo operacional. Apesar dos avanços, a meta de 70% de amamentação exclusiva até os seis meses ainda não foi alcançada, indicando necessidade de políticas públicas e mais investimentos.
O Banco de Leite Humano do Iamspe é exemplo positivo dessa iniciativa, tendo beneficiado 560 bebês e recebido leite de 193 doadoras em 2024. A instituição presta assistência completa às doadoras, desde orientação sobre a ordenha, higiene, esterilização de recipientes até a coleta domiciliar do leite.
A instituição faz coleta, análise, pasteurização e controle de qualidade antes de distribuir o leite para bebês prematuros, internados, com baixo peso ou que não podem ser alimentados pelas próprias mães, seja por doenças, baixa produção, uso de medicamentos ou outros motivos. Também presta assistência às doadoras sobre cada etapa do processo, esclarecendo a importância do gesto para os bebês prematuros e faz a captação na casa das doadoras.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), foram coletados mais de 15 mil litros de leite humano e distribuídos quase 12 mil litros de janeiro a abril de 2025 nos bancos de leite humano paulistas.
Proteção legal
A amamentação é um direito tanto da criança quanto da mãe previsto em legislação. Não importa qual a condição da mulher. Uma dessas normas é o "Estatuto da Criança e do Adolescente" (Lei Federal 8.069/1990), que garante ser dever do governo, das instituições e dos empregadores garantir condições adequadas ao aleitamento materno.
Outra norma importante é a Lei Federal 13.435/2017, que instituiu a campanha "Agosto Dourado", mês dedicado à conscientização sobre a importância da amamentação.
Nesse contexto, o Parlamento Paulista vem criando medidas de fortalecimento ao assunto. O principal destaque é a "Consolidação das Leis de Proteção e Defesa da Mulher" (Lei 17.431/2021), que inclui a "Semana Estadual de Incentivo ao Aleitamento Materno" celebrada, anualmente, de 1º a 7 de outubro. A iniciativa promove atividades de incentivo à causa, apoia mulheres a alimentarem bebês e sensibiliza a sociedade.
A Consolidação também prevê o projeto "Mãe Cidadã - Leite Materno: um direito, um dever". O programa fortalece a capacitação de especialistas na área, esclarece as gestantes sobre gravidez, parto e autoestima a fim de proporcioná-las um bom pré-natal e prevenir as mortalidades materna e infantil nos hospitais públicos paulistas.
Como doar?
Para doar leite materno, basta ter boa saúde e produção de leite excedente. A coleta pode ocorrer desde a gestação até o pós-parto. O leite doado é analisado, pasteurizado e submetido a rigoroso controle de qualidade antes de chegar aos bebês prematuros ou necessitados.
A relação das unidade estão disponíveis em www.leitehumano.com.br e rblh.fiocruz.br
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