Deputado entra na Justiça para barrar 'vale-IPhone' pago a procuradores da Prefeitura de São Paulo

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19/05/2025 11:45 | Atividade Parlamentar | Da Assessoria do deputado Leo Siqueira

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Parlamentar compara gasto de procuradores com gadgets pessoais com valores de vale refeição de professores da rede pública de ensino

O deputado estadual Leo Siqueira (Novo-SP) ingressou com uma ação popular nesta sexta-feira, 16, na Justiça para suspender o chamado "vale-iPhone", benefício concedido a procuradores do município de São Paulo e revelado pelo portal UOL. A prática permite que cada servidor receba até R$ 22 mil em reembolso para a compra de celulares, notebooks e equipamentos eletrônicos pessoais ? com dinheiro público.

"Tem gente esperando meses por exame no SUS. Tem mãe enfrentando fila pra conseguir vaga em creche. Tem trabalhador pegando três conduções por dia pra ganhar um salário mínimo. E a Procuradoria de São Paulo achou razoável pagar até R$ 22 mil pra procurador comprar iPhone e Macbook", afirma Leo Siqueira, que é também economista.

Segundo a ação protocolada pelo deputado, o programa é bancado com verbas de honorários sucumbenciais, que são públicas, e o valor gasto com o reembolso de eletrônicos viola a moralidade administrativa e a legalidade, uma vez que faz com que a remuneração dos procuradores ultrapasse o teto constitucional do funcionalismo público. Estima-se que o montante total gasto possa ultrapassar R$ 8 milhões.

O deputado chama atenção para a disparidade com outras áreas da administração pública: enquanto procuradores podem receber até R$ 22 mil em reembolso para comprar iPhone e MacBook, professores da rede municipal recebem apenas R$ 212 por mês de vale-refeição ? o equivalente a cerca de R$ 9 por dia útil. "É o retrato da inversão de prioridades: luxo para quem já está no topo, migalha para quem sustenta a base do serviço público", afirma.

A ação popular, com pedido de liminar, exige a suspensão imediata da prática, a devolução dos valores pagos e a responsabilização dos gestores. "O dinheiro é público. A estrutura é pública. A função é pública. Mas o benefício virou pessoal. Quando o Estado começa a bancar luxo com dinheiro de todos, ele deixa de ser instrumento de justiça ? e vira máquina de privilégio" dispara. Cada procurador recebe em média R$ 46 mil reais mensais, além de auxílios e penduricalhos.


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