Alesp recebe aula sobre orçamento público e educação antirracista

Evento foi conduzido pelo professor da FGV-SP, Thiago Amparo, e reuniu representantes de movimentos sociais
28/05/2025 17:50 | Educar para Reparar | Fernanda Franco - Fotos: Rodrigo Costa

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Aula sobre educação racismo e orçamento público<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg345999.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputada Leci Brandão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg346000.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Professor Thiago Amparo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg346001.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Lara Vilela do MEC<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg346002.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mesa de abertura no auditório Franco Montoro<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2025/fg346003.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu, na noite desta terça-feira (27), uma aula pública sobre educação, racismo e orçamento público. Promovida pela deputada Leci Brandão (PCdoB) no auditório Franco Montoro, a aula foi ministrada pelo professor da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas), Thiago Amparo, referência na área de justiça racial e direitos humanos. O evento também contou educadores, representantes de movimentos sociais e de instituições públicas.

"Eu fico muito honrada de ser a responsável por esse curso acontecer aqui, porque nosso mandato foi escolhido para lutar pela igualdade racial", disse Leci. Ela espera que a formação seja um instrumento para promover maiores e melhores condições de educação e igualdade racial.

A formação é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Pensamento Negro Contemporâneo (UFSB) e da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro), com apoio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC).

O coordenador do SOS Racismo da Alesp - serviço de combate à discriminação racial da Casa-, Jorge Luiz de Oliveira (mais conhecido como Jorginho Saracura), também esteve presente e comentou a importância da iniciativa. "O objetivo das verbas públicas para educação nós já sabemos, mas precisamos fiscalizar para saber para onde vão e se estão sendo utilizadas da maneira correta", reforçou.

Educação Básica como ponte

"Entender como a oferta da educação básica pública tem se dado no país é fundamental para poder apoiar cada vez mais a equidade e atingir melhores dados, especialmente para os nossos estudantes negros. É o início para formarmos a comunidade escolar como um todo", pontuou a coordenadora geral de educação para as relações étnico-raciais do MEC, Lara Vilela.

O educador social e membro da Unegro, Edson França, também reforçou que é essencial compreender com mais profundidade o financiamento da educação básica. "Os jovens negros estão ficando no caminho, não estão indo para a universidade. A demanda agora já não é mais como foi na época em que batalhamos para ter as cotas nas universidades. Temos mais cotas do que alunos que saíram do ensino médio", disse o educador.

Para ele, essa realidade tem diversas causas, mas sobretudo o fato de as escolas não serem um espaço atrativo, por falta de infraestrutura, alimentação e ensino de qualidade.

"Se você não começa a melhorar a escola, você não tem como falar com as pessoas: ?Estude!?. Então, a ideia é aumentar a consciência sobre o problema do financiamento e preparar as pessoas que estão na gestão, na sala de aula, na militância, para que a sociedade melhore", concluiu.

Papel das universidades

"Um dos fundamentos principais do racismo é a desigualdade no acesso ao orçamento e investimento público", afirmou o professor Thiago Amparo. "No Brasil, as pessoas mais pobres, em sua grande maioria, são pessoas negras, pretas e pardas. E recai sobre elas maior desigualdade em relação a trabalho e educação, pois elas possuem menor acesso a educação de qualidade", disse.

O professor contou que o objetivo da aula é mostrar os mecanismos pelos quais o racismo se perpetua ao longo da história, fazer a conexão entre a discriminação racial e a desigualdade socioeconômica, além de pensar formas de superá-los, especialmente no âmbito do Orçamento e investimento público. "Sair dos muros da universidade e trazer esse debate para uma casa legislativa é fundamental para que esse conhecimento possa ser democratizado. A educação é, de fato, sobre isso", completou.

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