Por Dirceu Dalben, deputado estadual

Nesta semana, foi lembrado mais um Dia Mundial do Meio Ambiente. A data, celebrada todo dia 5 de junho, é um momento especial para uma grande reflexão coletiva sobre o que todos nós estamos vivendo ou pretendemos viver.

Por uma série de fatores, a vida cotidiana em nossas cidades, principalmente de portes médio e grande, tem sido marcada por um estilo baseado na produção e consumo excessivo. Estamos sempre correndo, sem tempo para apreciar as belezas da natureza, da vida em geral. O importante é a produção e o consumo. Infelizmente, um dos resultados desse modo de vida é o acúmulo de resíduos na natureza.

Durante muito tempo, não havia preocupação alguma com o destino dos resíduos. Eles eram destinados basicamente aos chamados lixões, que proliferavam a céu aberto nas periferias das grandes cidades. Lamentavelmente, eram comuns as cenas de pessoas presentes nesses lixões, buscando algo que tivesse utilidade para sua existência.

Nas últimas décadas, com o avanço da legislação e da consciência social e ambiental, essas cenas praticamente desapareceram. Os lixões deram lugar a aterros sanitários controlados, reduzindo o impacto dos resíduos nas águas e no solo.

E também evoluiu nos últimos tempos o conceito de que muitos resíduos gerados também podem ser reutilizados, na forma de reciclagem ou compostagem, por exemplo. Muito do que é descartado pode ser reaproveitado, e não imediatamente jogado fora.

Essa mudança de visão em relação aos resíduos deriva da consciência de que a nossa casa comum, o planeta Terra, é único e está se esgotando. A sua capacidade de receber resíduos e eventualmente se recuperar está no limite. Ou, na realidade, talvez já tenha passado dele.

Temos consumido mais do que a Terra consegue repor, em termos de recursos naturais, e também temos descartado mais resíduos do que ela consegue suportar. Então é fundamental que as cidades pensem sistemas e projetos eficazes para, em primeiro lugar, utilizar os recursos naturais ainda existentes e, depois, como descartar os resíduos que todos produzem diariamente.

Aumentar a capacidade de reciclagem nas cidades é uma ação muito relevante nesse sentido. Porque a reutilização de material que ia para o lixo significa economia no uso de água, energia elétrica e recursos naturais em geral, mas também pode significar a geração de emprego e renda para milhares de pessoas que atuam na cadeia produtiva da reciclagem.

Uma novidade importante nessa área é a Lei de Incentivo à Reciclagem, que entrou recentemente em vigor e, por isso, ainda não é totalmente conhecida. Trata-se de uma lei que pode incrementar de forma significativa a prática da reciclagem no Brasil. Empresas e pessoas físicas interessadas podem abater do seu Imposto de Renda a destinação de recursos para financiar várias atividades ligadas à cadeia da reciclagem, assim como já existem leis de incentivo ao esporte e à cultura com igual dedução nos impostos.

Os poderes públicos podem apoiar a divulgação dessa Lei, para que nas suas cidades os respectivos sistemas de reciclagem sejam fortalecidos e ampliados, pelo bem do planeta e pelo seu potencial de gerar novos empregos e fontes de renda.

Como deputado estadual e membro da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na Assembleia Legislativa, sigo defendendo todas as ações positivas em benefício da Terra e daqueles que deveriam ser os seus guardiões - nós, seres humanos.