A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo recebeu artistas e público do Teatro de Contêiner, da Companhia Mungunzá, em uma audiência pública realizada nesta segunda-feira (9) para o debate sobre a permanência do equipamento cultural na Região Central da Capital.

A reunião, promovida pelo deputado Carlos Giannazi (Psol), discutiu a ordem de despejo, emitida pela Prefeitura Municipal, recebida pelo grupo teatral no último mês.

"Eu acompanho o Teatro de Contêiner há muitos anos e já fiz muitas parcerias com esse grupo no espaço que possuem ali na Luz. Fiquei sabendo por meio dos organizadores sobre essa decisão da prefeitura de tirá-los de lá e, por isso, organizamos essa audiência como mais um instrumento para impedir esse ataque contra a cultura", explicou Giannazi.

Gestor do Teatro de Contêiner, o artista Marcos Felipe afirmou durante a audiência que recebeu com consternação a carta de despejo da prefeitura. "O nosso teatro é um equipamento reconhecido internacionalmente. Estamos há nove anos atuando. Estamos em contato com parlamentares para que tenhamos um recuo dessa decisão e um entendimento da injustiça que é tirar esse espaço do Centro de São Paulo", disse.

O teatro

O Teatro de Contêiner está localizado na rua dos Gusmões, no Centro da cidade, próximo ao Parque da Luz, à Estação da Luz e à Pinacoteca. O equipamento, construído a partir de contêineres marítimos, foi inaugurado pela Companhia Mungunzá em março de 2017, em um terreno em desuso pertencente à Gestão Municipal.

"O Teatro de Contêiner faz um trabalho de excelência com uma população vulnerável que, ao longo de nove anos, atingiu 4 mil ações socio-artísticas. Estamos ligados à questão humana e à questão da cultura como construção de cidadania", disse Marcos Felipe.

O caso

De acordo com o grupo teatral, a ordem de despejo foi entregue no dia 28 de maio. O documento estabelece que a companhia desocupe o imóvel por completo em 15 dias, prazo que se encerraria nesta semana.

Marcos Felipe afirma que a Prefeitura indica a intenção de usar o terreno para a construção de um prédio residencial, mas que não oferece alternativas para o grupo. "As poucas reuniões que tivemos foram sempre na iminência de que a gente saia de lá, sem nenhuma solução afetiva. Mais do que isso, não nos foi mostrado projeto para aquele território. É possível ter as duas coisas, o Poder Público deveria sentar conosco para discutir isso."

O encontro ainda contou com a presença do deputado Eduardo Suplicy (PT).

Assista à audiência pública, na íntegra, na transmissão feita pela Rede Alesp:

Confira a galeria de imagens da audiência